O concurso para a construção dos toscos dos lotes Rato/Santos e Santos/Cais do Sodré, no âmbito do plano de expansão da rede do metropolitano, foi hoje lançado numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.
O investimento total previsto para esta fase de expansão é de 210 milhões de euros, até 2023, sendo cofinanciado em 127,2 milhões pelo Fundo Ambiental e em 83 milhões pelo Fundo de Coesão, através do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos – POSEUR.
De acordo com o Governo, os investimentos aprovados na resolução do Conselho de Ministros, repartidos por seis anos, referem um montante de 4,6 milhões para o ano de 2018, enquanto para este ano há uma tranche de 29,8 milhões.
Para os anos de 2020, 2021 e 2022 serão financiados valores acima dos 45 milhões de euros, sendo 45,8 milhões, 49,8 e 48,4, respetivamente. No ano previsto para a conclusão da obra serão investidos 31,8 milhões de euros.
A nova estação da Estrela servirá uma parte da cidade “primordialmente residencial e que possui uma concentração elevada de serviços de autocarro”, estando prevista a sua localização ao cimo da Calçada da Estrela, na extremidade Sul do Jardim da Estrela, segundo a empresa.
Já a estação de Santos servirá, além das áreas residenciais, equipamentos como a Assembleia da República, o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) ou o Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (IADE), bem como áreas nas quais se concentram atividades de lazer e de diversão noturna.
A estação de Santos vai ficar localizada a poente do quarteirão definido pela Av. D. Carlos I, Rua das Francesinhas, Rua dos Industriais e Travessa do Pasteleiro, com alinhamento entre as instalações do ISEG e o Largo da Esperança. Irá dispor de dois acessos: um dos quais na Av. D. Carlos I (no gaveto com o Largo da Esperança) e o outro à Travessa do Pasteleiro.
A estação do Cais do Sodré vai ser igualmente remodelada e haverá também intervenções nos viadutos do Campo Grande para ligar as linhas Verde e Amarela entre Alvalade, Campo Grande e Cidade Universitária, permitindo a operação em linha circular Cais do Sodré – Campo Grande e Cidade Universitária (nova linha Verde) e fazendo a ligação Telheiras – Campo Grande – Odivelas (nova linha Amarela).
No dia 27 de novembro, o Metropolitano de Lisboa anunciou que a Agência Portuguesa do Ambiente emitiu uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável condicionada ao projeto, que cria uma linha circular a partir do Campo Grande com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes linhas a funcionar como radiais.
Segundo a DIA, a criação da linha circular poderá pôr em risco vários monumentos nacionais, como o Aqueduto das Águas Livres e o Jardim da Estrela.
O documento indica também que a construção da linha circular obriga a deslocar a linha de comboio entre Santos e Cais do Sodré durante 44 meses.
Hoje, durante a apresentação do concurso, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse não temer que a empreitada não se venha a realizar, quando questionado sobre alguns processos de obras do metropolitano que acabaram em tribunal, e reiterou que se trata de uma empreitada “absolutamente fundamental para um sistema de mobilidade mais robusto e com mais oferta”.
“É normal que uma obra com esta dimensão tenha impactos. O estudo [Declaração de Impacto Ambiental] foi realizado pelo Metropolitano, o promotor da obra. Dele resultaram um conjunto de medidas de minimização que obrigou a um mês de reflexão e que salvaguarda todas as questões do ponto de vista ambiental e, parte delas, do impacto na vida dos cidadãos”, explicou.
O ministro acrescentou ainda que em 2018 o número de passageiros no metropolitano de Lisboa tinha crescido 4,6 por cento, sendo que a ambição do Governo para 2019 é que o número de deslocações aumente em 10%.
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