A republicana do Sinn Féin Michelle O’Neill foi nomeada vice-primeira-ministra, após um acordo entre os dois partidos para restaurar o governo autónomo na Irlanda do Norte.
Os dois maiores partidos da Irlanda do Norte mantêm, há cerca de nove meses, intensos contactos para chegar a acordo sobre um documento intitulado “Nova década, nova abordagem”.
O executivo de Belfast caiu em janeiro de 2017, na sequência de um escândalo político-financeiro relacionado com a gestão de um programa de energia renovável.
O vice-primeiro-ministro irlandês, Simon Coveney, explicou que o acordo contempla a aplicação de medidas destinadas a melhorar a “transparência” do governo autónomo, fortalecendo os “códigos de conduta” dos seus líderes e eliminando a possibilidade de um partido poder vetar certas leis.
Afirmando-se “muito honrada” com a nomeação, Arlene Foster sublinhou hoje que os dois partidos ainda mantêm “muitas diferenças”, mas que já está na altura de “seguir em frente”.
Michele O’Neill expressou, por seu lado, um “desejo sincero” de que 2020 traga “uma mudança real” à Irlanda do Norte.
O acordo entre os partidos foi anunciado na sexta-feira e representa o fim de um impasse que dura há três anos, desde a queda do governo de coligação entre Sinn Féin e DUP, desencadeando eleições regionais, após as quais os dois partidos continuaram sem se entender.
O Governo britânico tinha dado um prazo para resolver o impasse — segunda-feira, 13 de janeiro –, ameaçando com a convocação de novas eleições regionais.
Nos termos do acordo de paz de 1998, que pôs fim ao conflito sectário que causou mais de 3.500 mortos em 30 anos, o poder na Irlanda do Norte deve ser partilhado entre os dois principais partidos políticos representativos das comunidades ‘unionista’ [que defende a permanência no Reino Unido e sob a coroa britânica] e nacionalista [que quer a reunificação com a Irlanda numa república], neste caso o DUP e o Sinn Féin, respetivamente.
Comentários