“Senhores contribuintes: apertem ainda mais o cinto”. A mensagem, em letras garrafais, é visível no novo outdoor da Iniciativa Liberal, acompanhada de uma imagem do primeiro-ministro, António Costa, vestido de comissário de bordo, com um cinto de avião na mão e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no bolso.
Em declarações à agência Lusa, o deputado único e presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, explicou que “aquilo que se está a preparar relativamente à operação TAP é algo particularmente grave e imoral”, numa situação em que Portugal “vê a sua crise económica aprofundar-se e vai ver as suas receitas fiscais a diminuir”.
“E, portanto, cada euro de dinheiro dos contribuintes, de dinheiro dos impostos, tem de ser ainda mais parcimoniosamente usado”, afirmou.
Depois da injeção no Fundo de Resolução para entregar no Novo Banco, quando “se começa a falar de mil milhões de euros para enterrar na TAP”, para os liberais “a melhor forma de chamar a atenção aos portugueses que algo se prepara que não é no seu melhor interesse, é descerrar um outdoor”.
“A grande mensagem e o grande objetivo é chamar a atenção das pessoas para que o seu dinheiro, o dinheiro dos seus impostos, está a ser utilizado sem critérios objetivos, sem retorno e sem contribuir para aquilo que é verdadeiramente importante que é preparar Portugal para uma retoma económica”, afirmou.
Com os partidos no parlamento, sobretudo os mais pequenos, “limitados nas iniciativas que podem ter”, Cotrim Figueiredo referiu que a ação do partido “vai ser sobretudo chamar a atenção para que todos, incluindo dos colegas de bancadas parlamentares de outros partidos, para que estejam atentos porque Portugal vai entrar numa fase em que de facto não pode baixar a guarda em relação à utilização de cada euro”.
“Cada euro de receita fiscal é mais precioso ainda do que já era”, avisou.
Segundo o deputado, “a TAP tem problemas de sustentabilidade já há muito tempo e esta crise de aviação vai acentuá-los”, não sendo expectável que “a TAP, ou qualquer outra companhia aérea nas mesmas circunstâncias, volte a ser rentável nos tempos mais próximos”.
“Opomo-nos a qualquer dinheiro dos contribuintes para salvar a TAP”, sintetizou.
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