“Existem diferenças e desacordos sobre como lidar com a situação na Síria”, reconheceu Jens Stoltenberg numa entrevista à agência de notícias francesa AFP, sublinhando, no entanto, que a Turquia é “um importante aliado da Aliança” Atlântica.
“A Turquia desempenhou um papel importante na luta contra o ISIS [sigla em inglês do grupo extremista autodenominado Estado Islâmico]”, disse o responsável da NATO, que participou num encontro dos ministros da Defesa da União Europeia a decorrer em Zagreb.
“Precisamos encontrar soluções juntos”, sublinhou.
O mal-estar entre a Turquia e o ocidente começou com a ofensiva lançada pelo exército turco ao nordeste da Síria sem qualquer consulta à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, por vezes chamada Aliança Atlântica).
No final do mês passado, as relações deterioraram-se ainda mais na sequência da decisão do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de abrir as suas fronteiras à passagem de migrantes e refugiados para a Europa e, nomeadamente, para a Grécia, como forma de forçar os países europeus a “apoiar as soluções políticas e humanitárias turcas na Síria”.
O chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves le Drian, denunciou as "ambiguidades" da Turquia. "É necessária uma grande explicação dentro da Aliança", disse ele, desejando que seja público.
Jean-Yves Le Drian pretende reivindicá-lo durante a reunião dos ministros das Relações Exteriores da NATO em 02 e 03 de abril em Bruxelas.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 21 países da União Europeia que são membros da NATO vão reunir-se dos dias 02 e 03 de abril, em Bruxelas, sendo este um tema protagonista das conversações.
Na quarta-feira, a França defendeu que a NATO deve ter uma “conversa franca” com a Turquia para conhecer a posição deste aliado, num momento em que Ancara tem dado sinais ambíguos, nomeadamente na relação com a Rússia.
“Estamos na mesma aliança (…). Acho que vamos precisar rapidamente de ter com a Turquia uma grande conversa, pesada, franca, pública para saber de que lado está um, de que lado está o outro e onde estão os nossos interesses comuns e dizer tudo. Caso contrário, não iremos sair disto”, admitiu o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, numa intervenção no Senado (câmara alta do parlamento).
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