"Eu sempre tive a noção de que na hora da verdade era possível chegar a uma conclusão que fosse positiva. A Turquia tinha mais a ganhar do que a perder relativamente a esta matéria", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no Palácio da Cidadela de Cascais, no distrito de Lisboa.
"É muito importante para a NATO e é um enriquecimento muito grande e mostra que a Turquia, num momento crucial, decidiu pela NATO", acrescentou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no fim de uma reunião do Conselho de Estado que contou com a participação, como convidado, de John Kerry, enviado especial do Presidente dos Estados Unidos da América para o clima.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou hoje que a Turquia levantou o seu veto à adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica, após a assinatura de um memorando que "responde às preocupações" de Ancara.
"Acabámos agora uma reunião muito construtiva com o Presidente [da Turquia, Recep Tayyip] Erdogan, o Presidente [da Finlândia, Sauli] Niinisto, e a primeira-ministra [da Suécia, Magdalena] Andersson, e tenho o prazer de anunciar que chegamos a um acordo que prepara o caminho para que a Suécia e a Finlândia adiram à NATO", anunciou Stoltenberg.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) falava em conferência de imprensa no Parque de Exposições de Madrid, no nordeste da capital espanhola, onde decorre a cimeira dos líderes da Aliança Atlântica.
Interrogado sobre a capacidade de Portugal para aumentar a sua participação em forças de reação rápida da NATO, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "é uma questão de investimento" e que "a distribuição dos efetivos ainda não está feita pelos vários países".
"Naturalmente que isso implica um investimento em matéria de Defesa mais pronunciado. Mas ainda não temos ainda o conhecimento exato nem a distribuição exata do número de efetivos que implicaria este reforço da posição da NATO na Europa", completou.
Quanto às verbas que espera ver orçamentadas para, o Presidente da República disse que "o próximo Orçamento já tem em conta inevitavelmente o facto de, por exemplo, a Roménia ter pedido a Portugal para manter as forças por um período considerável de tempo".
Isso significa "compromissos superiores aos compromissos pensados no quadro que existia", prosseguiu, acrescentando que é preciso esperar para "ver qual é o quadro nos próximos tempos".
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