“Estamos dispostos a envolver-nos no diálogo, mas não a comprometer os nossos princípios básicos, como a política de portas abertas”, afirmou Stoltenberg numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Estónia, Alar Caris, após uma reunião na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.
Stoltenberg referiu-se à primeira reunião em mais de dois anos do Conselho da NATO/Rússia, principal fórum de diálogo entre as duas partes, realizada quarta-feira e em que se discutiu o reforço militar que Moscovo está a desenvolver no seu território junto à fronteira com a Ucrânia e respetivas implicações para a segurança na Europa.
Nessa reunião, a NATO deixou claro que qualquer nova agressão contra a Ucrânia “terá um alto preço para a Rússia”.
Moscovo quer garantias de que a Aliança Atlântica não adicionará novos membros perto das suas fronteiras, tanto da Europa como da Ásia Central.
Sobre uma possível adesão da Suécia e da Finlândia, Stoltenberg reconheceu que são “parceiros muito próximos” e que já trabalham com a Aliança Atlântica, através de exercícios e manobras militares conjuntas, e que “já cumprem as normas da NATO na maioria das áreas”.
“Pode ser muito rápido se eles decidirem solicitar a adesão, mas, no final, é uma decisão política”, referiu, acrescentando ser “bastante óbvio” que, se já se está tão perto e se houver vontade política, “o processo pode concretizar-se muito rapidamente”.
Com a Rússia, Stoltenberg admitiu que as duas partes estão “distantes em muitas posições”, mas valorizou o facto de se poderem “sentar e conversar”, disse o político norueguês, que propôs uma série de novos encontros com “propostas concretas” com a Rússia sobre os quais Moscovo ainda não comentou.
Os aliados têm interesse em aumentar a transparência dos exercícios militares, evitar incidentes militares perigosos e reduzir as ameaças espaciais e cibernéticas e propôs também medidas para o controlo de armas, desarmamento e não proliferação de armas nucleares, bem como a limitação recíproca de mísseis e políticas nucleares.
Outro ponto de interesse da NATO, acrescentou, é melhorar os canais de comunicação civil e militar, bem como restabelecer os respetivos escritórios diplomáticos em Bruxelas e Moscovo, suspensos na sequência da denúncia da Aliança Atlântica de que os membros da missão russa eram espiões.
“A NATO está sempre pronta para responder a qualquer deterioração no nosso ambiente de segurança, inclusive para fortalecer a nossa defesa coletiva”, concluiu Stoltenberg.
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