“É uma discussão política entre a Alemanha e os Estados que estão dispostos a enviar os seus Leopard, não vou dizer se a Alemanha deveria concordar, isso é uma decisão soberana de um Estado soberano”, afirmou, indicando que se a Alemanha está ou não disponível para permitir aos países que compraram tanques Leopard enviá-los para a Ucrânia “isso é com a Alemanha”.
O presidente do Comité Militar assegurou que a Aliança Atlântica “não se vai intrometer” nessa questão, pois “não é o seu papel”.
O almirante Rob Bauer falava aos jornalistas em conferência de imprensa conjunta com o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, no Reduto Gomes Freire, em Oeiras (distrito de Lisboa), no âmbito da visita oficial a Portugal que iniciou hoje e que se estende até segunda-feira.
O presidente do Comité Militar da NATO disse que “cabe às nações decidir o que dão, baseado nos pedidos da Ucrânia”, e defendeu que o pedido de tanques por parte da Ucrânia “é lógico do ponto de vista militar”.
“A lógia do pedido de tanques é que os russos não mudaram o seu objetivo estratégico, que é conseguir tomar toda a Ucrânia, deitar abaixo o Governo e anexar o país, e não têm sido bem sucedidos, enquanto as forças ucranianas sim, conseguiram tomar cerca de 40% do que os russos conquistaram depois de 24 de fevereiro. Como os objetivos estratégicos não estão a mudar, os russos vão ter de preparar uma nova ofensiva e, para estarem prontos, os ucranianos têm de se preparar para isso também com os planos militares certos mas, claro, com as armas certas”, sustentou.
O almirante Rob Bauer considerou que os países devem “continuar a apoiar a Ucrânia, porque os ucranianos são extremamente corajosos, estão a fazer um trabalho incrível no que toca a lutar com os russos, mas precisam de apoio” internacional.
“Se deixarmos de apoiar, os ucranianos não vão ser capazes de continuar a lutar”, defendeu, deixando um alerta: “os custos para todos nós aumentarão exponencialmente se os russos ganharem a guerra na Ucrânia”.
E considerou que “é importante” que essa ajuda chegue a tempo, indicando que “o pacote que a Ucrânia precisa é muito maior do que a questão dos tanques” e que a “tecnologia ocidental tem-se mostrado ser superior à da Rússia”.
“A questão do tempo é essencial”, salientou o representante da NATO.
Apesar de afirmar que “não se pode dizer que está a correr bem para a Rússia”, Rob Bauer ressalvou que “nunca se deve subestimar” o país de Putin.
“Em muitas formas, é incrível o que a Ucrânia fez, mas não subestimem a Rússia”, salientou.
Na conferência de imprensa, o presidente do Comité Militar da NATO confirmou também que no âmbito desta visita a Lisboa vai encontrar-se com a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras.
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