Esta posição do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) foi defendida num discurso na conferência de segurança “Folk och Försvar”, que decorre na cidade sueca de Sälen.
“O que os ucranianos venham a alcançar na mesa de negociações dependerá da sua força no campo de batalha. Se queremos uma solução de paz negociada em que a Ucrânia sobreviva como um país democrático, independente na Europa, o caminho mais rápido é apoiar a Ucrânia. As armas são, de facto, o caminho para a paz”, argumentou Jens Stoltenberg.
Nesse sentido, o secretário-geral da NATO alertou que uma vitória da Rússia seria “uma tragédia para os ucranianos”, mas também perigosa para o resto do mundo, pois “enviaria uma mensagem a Putin e a outros líderes autoritários de que, se usarem a força militar, conseguirão o que querem”.
“Tornar-nos-ia mais vulneráveis. Não haverá paz duradoura se a opressão e a tirania triunfam diante da liberdade e da democracia. Assim, não só temos a obrigação moral de apoiar um país que está a ser atacado, como também é do nosso interesse e importante para a nossa segurança”, insistiu.
Na presença do primeiro ministro da Suécia, Ulf Kristersson, e do ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Pekka Haavisto, o secretário-geral da NATO sublinhou que o processo de entrada destes dois países nórdicos na organização está a ser o “mais rápido da história moderna”.
Todos os países membros da NATO assinaram já o protocolo de adesão da Suécia e da Finlândia e todos, exceto a Turquia e a Hungria retificaram a sua entrada.
O Governo da Hungria não manifestou nenhuma reserva à adesão da Finlândia e da Suécia à NATO e anunciou que o debate no parlamento húngaro terá início no final de fevereiro.
Por outro lado, a Turquia já deu conta de que não dará luz verde a esta adesão, até que ambos os países cumpram uma série de condições impostas pela Governo turco.
Entre outras condições, a Turquia exige que os países nórdicos extraditem ativistas curdos suspeitos de terrorismo e que suspendam as restrições à exportação de armamento para a Turquia.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente Vladimir Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento para as autoridades ucranianas e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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