A capa da Time mostra uma montagem de Musk, com um copo de café na mão, sentado na secretária presidencial. Atrás de si, a bandeira dos Estados Unidos e a presidencial.

Donald Trump já reagiu ao sucedido: "A revista Time ainda existe?", questionou ironicamente. "Eu nem sabia disso".

A capa que está a causar polémica é a chamada para um artigo de Simon Schuster e Brian Bennett sobre a campanha que deixou "milhões de funcionários do governo à mercê de Musk".

"Até agora, Musk parece não prestar contas a ninguém além do presidente Trump, que entregou ao seu benfeitor de campanha um mandato abrangente para alinhar o governo com a sua agenda”, escreveram Schuster e Bennett, citados pela CNN.

Com esta edição, é a segunda vez nos últimos meses que Musk aparece na capa impressa da revista. Em novembro, o dono da rede social X era apresentado como "Cidadão Musk", com um artigo sobre o seu papel na eleição presidencial de Trump.

Assim, estas capas sugerem que é Musk — e não Trump — o verdadeiro poder por trás da presidência norte-americana. Contudo, a Time não deu qualquer justificação para estas opções editoriais.

No dia de hoje, um juiz federal bloqueou o acesso do departamento de Elon Musk aos registos do Tesouro que contêm dados pessoais sensíveis, como a Segurança Social e números de contas bancárias de milhões de norte-americanos.

No processo, apresentado no tribunal federal da cidade de Nova Iorque, os procuradores alegam que a administração Trump permitiu que a equipa de Musk tivesse acesso ao sistema de pagamento central do Departamento do Tesouro, violando a lei federal.

O sistema de pagamento lida com reembolsos de impostos, benefícios da Segurança Social, benefícios de veteranos e outras questões, distribuindo triliões de dólares todos os anos.

A Casa Branca (presidência) não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a ação judicial em curso.

O Departamento de Eficiência Governamental de Musk, também conhecido por DOGE, foi criado para descobrir e eliminar o que a administração Trump considera ser um desperdício de gastos governamentais.

O acesso do DOGE aos registos do Tesouro, bem como a inspeção a várias agências governamentais, suscitou uma preocupação generalizada entre os críticos sobre o poder crescente de Musk.

Os apoiantes de Trump aplaudiram a ideia de controlar as finanças públicas.

Musk, dono da rede social X, gozou com as críticas ao DOGE, afirmando que está a poupar milhões de dólares aos contribuintes.

A procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, cujo gabinete interpôs a ação judicial, afirmou que o acesso do DOGE aos dados do Tesouro levanta problemas de segurança e a possibilidade de um congelamento ilegal dos fundos federais.