A coisa não está fácil.
Perante os sinais que se avolumam e se agravaram quanto ao ritmo destrutivo das alterações climáticas e perante a aparente inação dos decisores — políticos e não só —, a cada dia que passa, a vontade de enterrar a cabeça na areia e esperar que o problema vá embora é cada vez maior.
Felizmente, não só nem toda a gente pensa assim, como há quem esteja disposto a lutar pelo seu futuro um pouco por todo o mundo, principalmente os mais jovens. Hoje foi o dia da greve mundial pelo clima e do Pacífico às Américas houve protestos para alertar para uma questão que não é mero capricho, é uma questão de sobrevivência.
Bufa-se, revira-se os olhos e diz-se “mas manifestações não fazem nada”. Talvez. Mas neste dealbar de uma nova era, todas as iniciativas são poucas, e as que se têm vindo a implementar são rapidamente alvo de protestos, como a ação que a Universidade de Coimbra teve ao deixar de servir carne de vaca. Talvez não estejamos preparados, mas temos de estar.
Falei acima no Pacífico, mas esse oceano ameaça não fazer jus ao nome quanto às ilhas que nele se encontram nos anos que se seguem. Kiribati, Vanuatu ou Salomão são nomes que podem vir a aparecer apenas nos livros de história se o nível da água continuar a subir ao seu atual ritmo.
E já que falamos de ilhas, este fim de semana poderá marcar um novo capítulo na Madeira, com as eleições legislativas para esta região autónoma. Tomás Gomes e Paulo Rascão estão a acompanhar todo o processo no local e aqui também é de mudança e de sobrevivência que se fala, já que, pelo que as sondagens apontam, o PSD vê o seu legado político de mais de 40 anos ameaçado pelas forças partidárias rivais, o que pode significar todo um novo patamar na sua história na ilha.
Miguel Albuquerque, líder dos sociais-democratas na região, de resto, já foi perentório naquilo que estas eleições significam para si: “Se perder as eleições, com certeza que me demito”.
E por fim, já que se fala de mudança, mas num teor bem mais positivo, amanhã pode ser mais um dia histórico para Portugal. É quando se sabem os resultados da candidatura vencedora ao "EuroPride", descrito como “o maior evento” de celebração do orgulho gay na Europa.
Recorde-se que Portugal submeteu a sua candidatura em janeiro deste ano e que está a competir com outros três países: Espanha, Sérvia e Irlanda. Tendo o nosso país feito progressos notáveis na celebração e aceitação da diferença no que toca ao reconhecimento da orientação e identidade sexual, seria mais uma conquista o evento poder ser organizado em Lisboa e Porto. Façamos figas.
Eu sou o António Moura dos Santos e hoje o dia foi assim.
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