Segundo comunicado dos comunistas, trata-se de “uma opção que comporta enormes e insanáveis riscos para a qualidade de vida e saúde das populações, e para o habitat natural do estuário do Tejo, a par de riscos para a navegação aérea”.
“A insistência na solução pela Base Aérea do Montijo só é explicável pela cedência do Governo do PS à chantagem e interesses da multinacional Vinci, concedendo-lhe a prerrogativa de, em vez de construir o novo aeroporto de Lisboa na zona do Campo de Tiro de Alcochete a que estaria obrigada com os lucros arrecadados desde a privatização da ANA, se libertar dessa responsabilidade com a construção de um ‘apeadeiro’, beneficiando ainda de novos direitos de cedência no atual aeroporto da Portela”, lê-se ainda.
O EIA do futuro terminal do Montijo entrou hoje em consulta pública e do conjunto da documentação disponibilizada no ‘site’ da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) consta um aditamento entregue este mês em que se reconhece um impacto “muito significativo” para uma espécie de ave (fuselo - Limosa lapponica), “moderadamente significativo” para nove espécies e “pouco significativo” para 18 outras.
Contudo, do ponto de vista do impacto global previsto para a avifauna, os responsáveis pelo documento consideram que “é, em geral, pouco significativo a moderado para a comunidade estudada, e não ‘muito significativo’, como mencionado no Parecer ao EIA”.
Outros dos impactos negativos esperado para a fase de exploração do futuro aeroporto do Montijo está associado à perturbação pelo ruído decorrente do atravessamento de aeronaves numa parte do território do Barreiro e da Moita, “que poderá condicionar a expansão urbanística prevista para este território”, refere o EIA, que prevê que o concelho mais afetado seja o da Moita.
A ANA e o Estado assinaram em 08 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa (Humberto Delgado) e transformar a base aérea do Montijo no novo aeroporto de Lisboa.
O futuro aeroporto do Montijo tem implantação prevista para dentro dos limites da Base Aérea n.º 6, na margem esquerda do rio Tejo, a 25 quilómetros de Lisboa, na sua quase totalidade no concelho do Montijo, na União de Freguesias de Montijo e Afonsoeiro. Uma pequena área daquelas instalações militares, a nordeste, fica integrada no concelho de Alcochete, na freguesia do Samouco, mas não será afetada pela construção do aeroporto.
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