Este valor inclui a extensão do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e a transformação da base aérea do Montijo, que recebeu a cerimónia de assinatura, em aeroporto civil, cujo início de funcionamento está previsto para 2022.
Para o primeiro ano de funcionamento do novo aeroporto estão previstos sete milhões de passageiros, “mas rapidamente se poderá chegar aos 15 milhões”, indicou, na sua intervenção, o presidente da Vinci Aeroportos, Nicolas Notebaert.
O mesmo responsável da empresa que detém a ANA – Aeroportos de Portugal, precisou que para a intervenção na atual infraestrutura serão investidos 650 milhões de euros e 500 milhões de euros para abrir a base do Montijo à aviação civil.
Para compensar a Força Aérea e contribuir para as obras para os acessos às duas infraestruturas aeroportuárias estão destinados 156 milhões de euros, segundo a ANA, gestora dos aeroportos.
Notebaert sublinhou que este é um investimento privado a garantir os compromissos e os interesses públicos e notou que ficará salvaguardada a competitividade de Lisboa como ‘hub’ (plataforma de ligações) e o respeito pelas questões ambientais.
Para o Aeroporto Humberto Delgado ficam previstos 48 movimentos por hora e 24 movimentos por hora no Montijo, com esta solução.
Marcaram presença na cerimónia de assinatura do acordo o primeiro-ministro, António Costa, e vários elementos do Governo, o responsável máximo da Vinci, Xavier Huillard, e o presidente da Vinci Aeroportos, Nicolas Notebaert.
A assinatura ocorreu quando ainda não foi entregue o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pela ANA.
O acordo vinculativo entre a ANA e o Estado estava previsto para outubro, segundo o calendário do memorando de entendimento, que indicava ainda o final de 2018 para a gestora dos aeroportos entregar os elementos adicionais que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) requereu para o EIA.
No plano partidário sobre a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) agendou para quinta-feira um debate no plenário da Assembleia da República para discutir a decisão do Governo de construir um aeroporto complementar ao de Lisboa, no Montijo, sem o EIA.
O PSD já tinha feito saber que iria chamar o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa (FAP) ao parlamento para prestarem esclarecimentos.
Na semana passada, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, manifestou “enorme perplexidade" pelo facto de a assinatura do acordo para o novo aeroporto do Montijo ter sido agendada sem ser conhecido um estudo de impacto ambiental.
Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de pretender “um apeadeiro” e um “aeroportozinho” no Montijo para “beneficiar um grande grupo económico”, considerando que, “nesta pressa" e "correria, até as questões ambientais vão”.
[Notícia atualizada às 17:21]
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