Luís Montenegro, que discursava num almoço-comício da Aliança Democrática (AD) numa quinta na Maia, no distrito do Porto, respondeu desta forma ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que no sábado considerou que o contacto direto de rua com o povo, sem intermediários, fará a diferença para o seu partido.
"Eu tenho sentido muito apoio, tenho sentido muito entusiasmo. Isso dá-me motivação, eu não escondo. Mas não tenham dúvidas que se há ponto onde eu estou excecionalmente à vontade é no contacto com as pessoas", declarou, no fim da sua intervenção, no primeiro dia de campanha oficial para as legislativas de 10 de março.
Segundo Luís Montenegro, a campanha da coligação PSD/CDS-PP/PPM tem dado resposta a todas as críticas: "Eles achavam que nós não tínhamos ideias – afinal temos. Depois achavam que não tínhamos equipas – afinal temos".
"Depois achavam que o líder, enfim, tinha alguns problemas de afirmação – e depois renderam-se com a campanha, com os debates, com as confrontações políticas e democráticas. E agora parece que querem dizer: mas na rua ele há de ter alguma dificuldade", prosseguiu.
Em seguida, o presidente do PSD exclamou: "Não, eu sou um homem do contacto com o povo, eu sou um homem de andar na rua, eu sou um homem de discutir um a um o sentido de voto de cada português. Eu não tenho medo de nada, não tenho medo de falar com os portugueses".
"Eu sei que os portugueses vão estar connosco, vão dar-nos uma grande vitória, e nós vamos pegar na vitória para transformar a vida das pessoas", acrescentou.
Neste discurso, Luís Montenegro referiu ter ouvido o secretário-geral do PS prometer que "agora ninguém vai pagar portagens" e confrontou-o com o seu passado como ministro das Infraestruturas: "Mas quem é que tutelou as portagens nos últimos anos em Portugal se não precisamente o Pedro Nuno Santos?".
O PSD propôs "uma redução de 50%" em portagens do interior do país, "Pedro Nuno Santos era ministro e não cumpriu aquilo que foi aprovado pelo parlamento precisamente na perspetiva de reduzir as portagens", acusou.
O presidente do PSD apresentou as legislativas de 10 de março como uma escolha entre "continuar o empobrecimento" com o PS ou "mudar com segurança" com a AD, e disse que "o povo português é muito sábio" e saberá "distinguir entre quem está para resolver e quem está para empatar".
Antes, discursaram o eurodeputado e primeiro vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, e o cabeça de lista da AD pelo círculo Porto, Miguel Guimarães, ex-bastonário da Ordem dos Médicos.
Dirigindo-se a Miguel Guimarães, Luís Montenegro apontou-o como "a expressão máxima" da opção da AD de nestas eleições "ir à sociedade buscar pessoas capazes, pessoas dinâmicas, pessoas que nem sequer têm vida partidária, pessoas que nem sonhavam ter vida política".
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