“Conto que o Governo seja liderado por quem venceu as eleições porque é isso que é normal em democracia e é isso que é normal também na Península Ibérica”, disse o responsável social-democrata aos jornalistas, no Funchal, no âmbito da jornada ‘Sentir Portugal’ que decorre na Madeira.

Montenegro felicitou o líder do Partido Popular espanhol, Alberto Núñez Feijóo, pela “retumbante vitória” alcançada nas eleições de domingo, conseguindo “um crescimento exponencial em número de mandatos no parlamento espanhol”.

Para o presidente do PSD, “parece que há aqui uma situação muito invulgar porque parece que aqueles que perdem as eleições é que festejam e não o contrário”.

“Desejo que a vontade expressa do povo espanhol possa conduzir à formação de um governo e que esse governo entre em funções e possa dar um ciclo de desenvolvimento a Espanha que se reflita em Portugal”, sublinhou.

Escusando-se a fazer análise sobre a situação política em Espanha, Luis Montenegro sustentou que “o povo espanhol falou de uma forma muito clara”. “Quis um Governo e um líder desse Governo” e “agora o sistema político espanhol responderá da forma que entender”, acrescentou.

“Aquilo que vemos do lado português é que houve uma vitória eleitoral que deve conduzir à formação de um governo e esse governo deve conduzir a um ciclo de crescimento e desenvolvimento social e económico que depois possa ser aproveitado do lado de cá da fronteira”, argumentou.

Montenegro destacou que “Espanha é o novo principal parceiro comercial e aquilo que de bom acontecer do lado de lá reflete cá [Portugal] e o contrário também”.

As eleições de domingo em Espanha tiveram um resultado inconclusivo, uma vez que os dois principais blocos não conseguiram alcançar uma maioria absoluta.

Os conservadores do Partido Popular (PP) venceram as eleições, mas sem conseguir a maioria absoluta com o VOX, segundo os resultados provisórios divulgados pelo Governo.

O PP, com 136 deputados, e o VOX, com 33, só conseguiram somar 169 deputados no parlamento, ficando a sete dos 176 necessários para a maioria absoluta.

O PSOE, com 122 deputados, e o Somar, com 31, totalizaram 153 lugares no parlamento e poderão ter mais deputados do que a direita com os aliados da última legislatura.