“Causa impressão a arrogância com que ele [António Costa] se dirige ao país, aos adversários políticos e desvaloriza aquilo que são as dificuldades reais, do dia a dia das pessoas”, afirmou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas, em Idanha-a-Nova, onde se deslocou no âmbito do programa “Sentir Portugal”, que iniciou no domingo no distrito de Castelo Branco.
Reportando-se à entrevista que o primeiro-ministro deu à Visão, acusou António Costa de fazer uma “demonstração de arrogância e de algum deslumbramento com o resultado eleitoral que obteve nas eleições de 30 de janeiro, com uma maioria absoluta que não está a saber utilizar, pelo contrário”.
Montenegro exemplificou que o primeiro-ministro anunciou ao país, “como se tivesse sido uma conquista absolutamente extraordinária”, a diminuição da taxa de abandono escolar precoce.
Contudo, realçou, o desempenho nos últimos seis anos foi exatamente o mesmo dos seis anos anteriores.
“Ela [taxa] desceu tanto, em termos percentuais, de 2016 a 2021, como tinha descido de 2009 a 2015. O primeiro-ministro anda, de facto, um bocadinho baralhado, confuso, com um ar e um tom de arrogância, de desrespeito perante as opiniões contrárias, a ridicularizar, por exemplo, as alterações nas lideranças partidárias como se ele não tivesse sido protagonista de uma das alterações de liderança mais polémicas dos partidos políticos em Portugal”, salientou.
Luís Montenegro acusou mesmo António Costa de ser “um primeiro-ministro sem memória, um primeiro-ministro gozão”.
Na entrevista, hoje publicada, o chefe de Governo diz aos partidos da oposição para “se habituarem” com a sua maioria absoluta e os quatro anos da atual legislatura.
O presidente do PSD reforçou as críticas a António Costa salientando que “a forma e o tom” como se dirige aos adversários políticos “denota arrogância”.
“No parlamento são mais de 20 membros do governo cuja audição foi rejeitada pela maioria absoluta do PS. O PS está de facto, useiro e vezeiro no abuso da maioria absoluta. Tudo isto são sintomas de que o PS não sabe merecer a confiança maioritária que o povo lhe deu nas últimas eleições”, frisou.
O líder social-democrata entende que os socialistas, em vez de usarem a maioria absoluta para transformar o país aproveitam “para abusar dessa maioria e para criar um clima de quase partido único onde é um quero posso e mando em tudo o que órgão de soberania e da administração”.
“Parece que para se estar em cargos na Administração Pública é preciso ter o cartão do PS”, concluiu.
Comentários