O relato foi feito pela própria, citada num comunicado divulgado hoje pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
“Estava com o meu filho de dois anos quando de repente, sem aviso, as águas começaram a entrar em minha casa. Não tive outra opção se não saltar para o topo de uma mangueira por perto”, explicou Amélia, a mulher que entrou em trabalho de parto durante a passagem do Idai.
“Depois as dores começaram e eu não tinha ninguém por perto para me ajudar. Em poucas horas, nasceu a minha bebé Sara, no topo dessa mangueira. Estava completamente sozinha com a Sara e com o meu filho”, detalhou a moçambicana, que diz ter ficado em cima daquela árvore durante mais dois dias depois do nascimento de Sara.
Amélia, uma mãe solteira que diz não saber a sua idade, acrescentou que foram os vizinhos que a ajudaram a descer da árvore, que lhe garantiu a sobrevivência, e aos filhos.
Atualmente, Amélia e os seus dois filhos estão no centro de alojamento de Nhamhemba, em Dombe, província de Manica, que acolhe algumas das 1,3 milhões de pessoas afetadas pela passagem do ciclone em Moçambique.
O ciclone Idai, que devastou parte da costa do sudoeste africano a 14 e 15 de março, deixou mais de 900 mortos em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui.
Só em Moçambique, segundo dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), a passagem do ciclone Idai provocou pelo menos 598 mortos e 1.641 feridos.
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