Ameaças essas, disse, conduzidas por “elementos que podem ser não estatais ou de origem estatal” e que “por vezes resultam em incidentes que têm sido resolvidos”.
Santos Silva reagia a uma notícia hoje publicada pela Visão, segundo a qual piratas informáticos de várias proveniências, incluindo russos, terão conseguido entrar nas redes do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
“Garanto a segurança da rede de comunicações do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em particular da nossa rede de segurança adicional, que é a chamada cifra” – usada para comunicações de caráter confidencial -, declarou o governante, escusando pronunciar-se sobre casos concretos que envolvam a segurança do Estado.
De acordo com a revista, um relatório preliminar do Centro Nacional de Cibersegurança detetou secções dos canais de cifra “em estado de vulnerabilidade”.
Questionado pela Lusa, o ministro afirmou apenas: “A questão da segurança das nossas redes é prioritária, a avaliação da rede do MNE é permanente e as ações no sentido de a reforçar perante as diferentes formas de ameaças de que vamos tomando nota são também permanentes”.
Sem comentar situações específicas, Santos Silva frisou que o ministério vai “tomando medidas para resolver os incidentes positivamente e robustecer permanentemente a segurança da rede de comunicações”.
O domínio da cibersegurança, indicou, é um dos mais importantes ao nível da segurança internacional, das alianças e organizações a que Portugal pertence, bem como da segurança nacional.
A Visão escreve que os ciberespiões poderão ter obtido informação sobre a estrutura das redes das embaixadas e palavras-passe dos administradores de sistemas.
“O alerta foi dado pela primeira vez em julho 2017, quando o Palácio das Necessidades registou uma falha suspeita nas comunicações”, lê-se no artigo.
Segundo a Visão, os dados recolhidos apontam para uma intrusão da “associação” de hakers “Fancy Bear”, mas “há quem garanta que há mais grupos que já conseguiram infiltrar-se nos sistemas cifrados e não cifrados” do ministério, a ponto de “conseguirem intercetar informação classificada, que permite conhecer a estrutura da rede nos vários consulados e embaixadas, bem como credenciais de acesso usadas por administradores das redes diplomáticas”.
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