“Não haverá em Portugal alguma exploração de pedreira de lítio, sem um estudo de impacte ambiental”, disse João Pedro Matos Fernandes, após a terceira ronda de intervenções numa audição parlamentar na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.
O governante assegurou ainda que, no âmbito deste processo, está a ser ponderado “o valor do lítio”, mas também “os valores locais” e as consequências da exploração para a fauna e flora.
“É mesmo evidente que não haverá nenhuma exploração de lítio sem uma avaliação de impacte ambiental positiva”, reiterou.
Durante a sua intervenção, o ministro do Ambiente vincou ainda que está fora dos planos do Governo enviar pedras exploradas em Portugal para que outro país lhe retire o lítio.
No final de maio, Matos Fernandes afirmou, também numa audição na comissão de Economia, que vai ser lançado o concurso a prospeção de lítio em nove das 12 áreas identificadas com elevado potencial, tendo três sido eliminadas por ficarem em "áreas ambientalmente sensíveis".
Em declarações aos jornalistas, no final da audição, o governante destacou que "Portugal é um país rico num recurso que é absolutamente fundamental para a transição energética que é o lítio".
"Precisamente para acabar com o que aconteceu no passado, de atomização dessas mesmas explorações, foi definido um plano que encontrou 12 zonas com elevado potencial para a existência de lítio. Dessas 12, três delas ficavam em áreas ambientalmente sensíveis. Por isso, foram retiradas. Neste momento, falamos de nove áreas", precisou.
A procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e placas utilizadas no fabrico de eletrodomésticos, está a aumentar e Portugal é reconhecido como um dos países com reservas.
Em Portugal, as seis principais ocorrências de lítio localizam-se em Serra de Arga (dividida pelos concelhos de Caminha, Ponte de Lima e Viana do Castelo), Covas do Barroso (Boticas), Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), Guarda, Mangualde e Segura (Idanha-a-Nova).
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