“A questão que coloca do Hospital de Santa Maria é uma questão transitória e que tem a ver com as consequências de uma mobilidade de 790 enfermeiros que deixaram de estar em hospitais e passaram para as administrações regionais de saúde e o processo adaptação e de substituição está em curso”, afirmou Mário Centeno, na comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social, em resposta ao CDS-PP.
O governante disse ainda poder “garantir que não há nenhuma sinalização de urgência nessas substituições no Ministério das Finanças”.
O Diário de Notícias noticiou na terça-feira que, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a saída de mais de 100 enfermeiros desde janeiro obrigou o hospital a fechar camas, transferir a unidade de nefrologia para um piso com menos camas e encerrar um setor de cirurgia e que, até agora, foram apenas admitidos 49 profissionais.
Contactado pela agência Lusa, o administrador do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins, afirmou que “os números são verdadeiros”, e explicou que a questão da falta de recursos humanos “não é nova”.
“É verdade que saíram 100 enfermeiros de uma só vez, por concurso, é verdade que só conseguimos, até à data, ter autorizações para 50, também é verdade que aguardamos autorizações de contratação por quem de direito e esperamos, em breve, ter reposta a nossa capacidade, por forma a reabrir algumas áreas que, preventivamente, foram temporariamente encerradas”, disse.
Segundo o responsável, foi fechado um setor do departamento de cirurgia, com cerca de 20 camas, e foi feita uma revisão da capacidade de internamento na área da nefrologia pediátrica.
Situações que, disse, podem voltar ao normal quando for regularizado o número de profissionais de saúde.
“Saíram de repente 100 enfermeiros e não é de um dia para o outro que se contrata 100 enfermeiros”, disse, explicando que os profissionais deixaram o hospital porque receberam “ofertas mais aliciantes” a nível profissional e financeiro do setor privado e social ou decidiram ir para outras instituições publicas por situações pessoais.
Esta situação ainda causa maiores constrangimentos porque os enfermeiros que saíram tinham “muitos anos de experiência” e eram “muito especializados", explicou.
Comentários