“Nós vamos ter uma nova ronda negocial na próxima sexta-feira, devo dizer que acho que todos os portugueses e a generalidade dos médicos já avaliaram que houve uma enorme evolução nas propostas que o Governo fez. Eu tenho a expectativa de que nos possamos aproximar para que este tema possa ter uma boa solução”, disse.
Para o ministro da Saúde, que falava aos jornalistas no hospital de Portalegre no final da iniciativa “Saúde Aberta”, que decorreu hoje naquele distrito, tem de ser encontrada “uma boa solução” para os portugueses, que precisam de “melhor acesso” à saúde, para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que “precisa de ser reorganizado” e também para os profissionais desta área, nomeadamente os médicos.
Manuel Pizarro disse esta manhã no Crato, também no distrito de Portalegre, que têm sido dados “passos muito importantes” nas negociações com os sindicatos médicos, sublinhando que o Governo já fez uma “boa parte” do caminho em relação a este processo.
Questionado pelos jornalistas ao final da tarde, se considerava ou não que os sindicatos médicos também “já tinham feito uma boa parte do caminho” no decorrer das negociações, o ministro da Saúde escusou-se a comentar.
“Aqui cada um fala na posição que deve falar, eu falo em nome do Governo, os senhores dirigentes sindicais falarão em nome dos sindicatos”, disse.
Em relação à iniciativa “Saúde Aberta”, o ministro da Saúde fez um balanço positivo da sua visita ao distrito de Portalegre, considerando ter sido “uma jornada muito importante de proximidade” para valorizar o SNS, que é “insubstituível” no pais e nas regiões do interior, em particular.
No entanto, o governante reconheceu que o distrito de Portalegre apresenta “dificuldades” na área dos cuidados de saúde, sublinhando que é uma região com “cobertura plena” na área dos cuidados de saúde primários.
O ministro da Saúde voltou a ser questionado sobre o encerramento do serviço de urgência médico-cirúrgica do hospital de Portalegre entre as 14:00 de quinta-feira e as 08:00 do dia seguinte, devido ao facto de os médicos se recusarem a realizar mais horas extraordinárias além das obrigatórias.
Durante esse período, os utentes foram reencaminhados para o hospital de Elvas, também no distrito de Portalegre.
“Felizmente, com o funcionamento em rede do SNS, nós tivemos dificuldades em Portalegre que puderam ser colmatadas, garantido o serviço em Elvas. Não é o desejável, mas é a demonstração de que mesmo em circunstâncias difíceis nós conseguimos operar alternativas que permitem um serviço à população”, disse.
“Eu tenho a expectativa de que, quer no esforço de negociação com os sindicatos médicos, quer no esforço de reorganização das urgências, nós vamos encontrar soluções de maior estabilidade para o serviço de urgência”, acrescentou.
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