O ministro Tiago Brandão Rodrigues falava na Conferência Mundial da UNESCO sobre "Educação para o Desenvolvimento Sustentável", que está a decorrer em formato virtual desde segunda-feira e termina na quarta-feira.
“A melhor forma de assegurar que agimos de forma sustentável é recusando que a sustentabilidade é uma tendência”, começou por dizer o governante português.
No entanto, se a sustentabilidade for entendida dessa forma, é necessário trabalhar para assegurar que “não saia de moda, para que seja inscrita, por todos nós, no nosso ADN", acrescentou Tiago Brandão Rodrigues, sublinhando o papel da Educação nesse trabalho.
Além de não concordar com a visão de que a sustentabilidade é uma tendência, o ministro da Educação considerou ainda que não se extingue na ecologia e na proteção ambiental, envolvendo antes uma grande diversidade de outras questões.
“A sustentabilidade implica que tomemos conta do planeta, mas exige muito mais de nós”, explicou, referindo a necessidade de intervir em questões como a equidade, a participação ativa na sociedade, a interculturalidade, a criatividade e a inovação.
“É aqui que a Educação tem um papel a desempenhar”, referiu, justificando que as escolas e o ensino têm o potencial para agir como promotores de sociedades coesas e inclusivas, “e consequentemente mais sustentáveis”.
No entender do governante, a importância deste papel e a necessidade de reforçar esta visão foi acentuada durante o último ano.
A pandemia da covid-19, explicou, “expôs claramente a urgência para respostas coordenadas de políticas públicas globais, também elas sustentáveis”.
Foi nesse sentido que Tiago Brandão Rodrigues reforçou o compromisso de Portugal em dar a todos os estudantes os conhecimentos e as competências necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, e o prazo é 2030.
Além de promover o desenvolvimento sustentável, o ministro da Educação quer que os estudantes sejam também capazes de promover uma cultura de paz, a cidadania global, e de valorizar a diversidade cultural e o reconhecimento do contributo da cultura para alcançar o destino comum de prosperidade partilhada, que “não pode deixar de se cumprir”.
E estas exigências já partem dos próprios jovens, considerou o ministro.
“Os nossos cidadãos, particularmente as gerações mais jovens, exigem da nossa ação política diária a incorporação da sustentabilidade na própria fundação de cada uma das nossas decisões”, afirmou.
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