“Posso anunciar que já compramos mais 260 mil computadores. Pelo menos 260 mil computadores, numa altura em que todo o mundo luta por computadores”, afirmou hoje Tiago Brandão Rodrigues no final de uma visita às obras de requalificação da escola básica e secundária Sidónio Pais, no concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, referindo também que foi concluída ao longo do primeiro período escolar a distribuição dos primeiros 100 mil computadores, que tinha sido iniciada na primeira quinzena de novembro.
“Temos ouvido muitos relatos de muitos países que não conseguiram comprar um único computador, apesar de terem recursos para isso. A produção de computadores, num primeiro período, foi interrompida nas fábricas da China, onde tudo parou. Depois, ao ser reativada [a produção] sabemos que temos milhares de empresas a quererem ir para teletrabalho e comprarem computadores”, especificou.
“Impusemos algumas condições. Que os alunos de ação social escolar fossem os primeiros a receber esses computadores. Começamos pelo secundário, depois o básico. (…)Esta é a maior operação que alguma vez aconteceu de transição digital no nosso sistema educativo. Já estava pensada no programa do Governo. Já estava a ser trabalhada no Ministério da Educação. A pandemia veio catalisar, acelerar todo o processo”, adiantou.
Questionado pelos jornalistas sobre a existência, em algumas zonas do país, de alunos sem aulas por falta de professores de português e matemática, Tiago Brandão Rodrigues disse que o sistema está a dar resposta aos casos pontuais que vão surgindo.
“Existindo necessidades pontuais de professores, e temos 120 mil professores, sabendo que temos casos de licenças por parentalidade, maior número de baixas médicas, o sistema educativo dá resposta, semanalmente, na substituição desses mesmos professores”, afirmou.
Tiago Brandão Rodrigues adiantou que, “na eventualidade de os docentes que são colocados não aceitarem, as próprias escolas têm recursos para responder, ou com horas extraordinárias ou fazendo contratação local”.
“Esse é um sistema que está oleado e está a responder. Trabalharemos, refinadamente, para ir respondendo a zonas do país que pelas suas especificidades têm sempre maior dificuldade em encontrar professores para determinados grupos de recrutamento”, referiu.
O ministro reconheceu que “existem muitos professores, em zonas do país, disponíveis para darem aulas e, outras zonas que não têm tantos professores, mas que têm maior necessidade”.
“Esta é uma luva que não encaixa na mão das necessidades e, num momento de pandemia, os docentes e compreensivelmente muitas vezes acabam por não aceitar as ofertas de escola ou mesmo as reservas de recrutamento. Continuaremos a trabalhar para dar resposta positiva e efetiva a essas necessidades”, garantiu.
Segundo Tiago Brandão Rodrigues, “este ano letivo houve um número anormalmente alto de professores que não aceitaram as suas colocações”.
“Quero agradecer aqui às direções das escolas que estiveram muito comprometidas em encontrar soluções através de horas extraordinárias e deram uma resposta inequívocas às vicissitudes que existiram”, disse.
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