“Não é por decreto que se consegue, de um dia para o outro, ter população mais jovem, mais empresas rentáveis ou oportunidades para todos. Mas se sabemos que as ‘varinhas mágicas’ não existem e que há desafios que não se resolvem de um dia para o outro, também sabemos que todos os dias os nossos autarcas fazem verdadeira magia”, disse Ana Abrunhosa.

A governante falava na vila alentejana de Aljustrel, no distrito de Beja, onde hoje inaugurou o Centro de Documentação Local, o requalificado bairro mineiro de Vale D’Oca e os novos balneários do Complexo Desportivo Municipal, num investimento municipal total de cerca de dois milhões de euros.

Em declarações à agência Lusa, a ministra elogiou as obras e sublinhou que demonstram o “papel absolutamente vital para a qualidade de vida” das populações que as autarquias têm atualmente.

Ana Abrunhosa destacou o facto de as câmaras municipais terem assumido, ao longo do tempo, “um papel que não era tradicional”, nomeadamente “na atração de empresas e até no apoio a universidades, politécnicos ou escolas profissionais”.

“Hoje temos autarcas de quarta geração, que, além de fornecerem tudo aquilo que é essencial, ainda têm uma grande preocupação com a componente da empregabilidade e da inovação dos seus territórios”, vincou.

A visita da ministra a Aljustrel começou com a inauguração do Centro de Documentação Local, que foi criado no edifício do antigo centro de saúde local, custou 1,3 milhões de euros e inclui o Núcleo Museológico do Tipógrafo.

As obras de requalificação urbana do bairro mineiro de Vale D’Oca representaram um investimento de 556 mil euros.

Ambas as empreitadas foram cofinanciadas por fundos comunitários.

Já a construção dos balneários do Complexo Desportivo custou quase 158 mil euros, tendo tido uma comparticipação de 86.517,87 euros através do programa BEM – Beneficiação de Equipamentos Municipais, lançado pelo Governo.

Segundo o presidente da Câmara de Aljustrel, o socialista Nelson Brito, os três investimentos integram a “estratégia” seguida pelo município nos últimos anos e que permitiu dinamizar “muitos projetos estruturantes para o desenvolvimento” do concelho.

A Câmara de Aljustrel tem em carteira mais uma série de investimentos, alguns já aprovados e outros ainda em fase de candidatura a fundos comunitários, num montante global ligeiramente acima de 10 milhões de euros.

Entre os investimentos em carteira, o autarca destacou o Centro de Negócios (1,6 milhões de euros), o Centro de Receção e Acolhimento do Parque Mineiro (1,5 milhões), os trilhos de observação “Do Campo à Mina” (1,2 milhões) ou uma unidade de cuidados continuados (2,2 milhões de euros).

Nelson Brito, que também é presidente da Federação do Baixo Alentejo do PS, vincou que a empregabilidade “tem sido uma prioridade bem delineada desde o início” do seu mandato, em 2009, e elogiou o facto de Aljustrel ter “em fase de instalação vários investimentos privados, que estão a criar muitos postos de trabalho”.

O autarca aproveitou a ocasião para defender “o aprofundamento da democracia” em Portugal através da regionalização.

“A regionalização será a pedra de toque de uma restruturação profunda do atual paradigma de desenvolvimento, promovendo a necessária convergência social e institucional, transportando para a ação uma nova visão interconcelhia e regional”, concluiu.