Lula da Silva foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas a defesa já indicou que irá recorrer da decisão, permitindo que o ex-Presidente brasileiro fique em liberdade até se conhecer a decisão do recurso.
Segundo a agência noticiosa brasileira, a acusação afirma discordar de "alguns pontos da decisão" de Moro, apesar de a sentença ter sido favorável.
O MPF do estado de Paraná, responsável pelas investigações da "Operação Lava Jato", destacou, contudo, que a decisão de Moro tramitou de forma transparente e permitiu ampla possibilidade de defesa.
"A atuação da instituição é apartidária, técnica e procura investigar e responsabilizar todas as pessoas envolvidas em atos de corrupção, além de devolver aos cofres públicos os valores desviados nesse gigantesco esquema criminoso. A ação penal contra o Presidente Lula é uma entre várias que foram propostas no Lava Jato contra centenas de pessoas acusadas por corrupção", afirmou o MPF.
A condenação é relativa ao processo que investigou a compra e a reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.
Na sentença, Moro afirmou que as reformas executadas no apartamento pela empresa OAS provam que o imóvel era destinado ao ex-Presidente.
Após a divulgação da sentença, a defesa do ex-Presidente afirmou que Lula é "inocente" e classificou a condenação como uma "decisão política".
"É inocente. Por mais de três anos, Lula tem sido objeto de uma investigação politicamente motivada. Nenhuma evidência crível de culpa foi produzida, enquanto provas esmagadoras de sua inocência são descaradamente ignoradas. Este julgamento politicamente motivado ataca o Estado de Direito do Brasil, a democracia e os direitos humanos básicos de Lula. É uma grande preocupação para o povo brasileiro e para a comunidade internacional", lê-se numa nota dos advogados de defesa.
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