Os polícias da PSP e militares da GNR estão há mais de duas semanas em protestos por todo o país, mas a manifestação de hoje, que se realiza a partir das 17:30 entre o Largo do Carmo e a Assembleia da República, pretende ter maior visibilidade, numa ação organizada por uma plataforma dos sindicatos da Polícia e associações da Guarda.
Segundo a plataforma — composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana e criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança -, a manifestação de hoje surge na sequência “da luta pela dignificação das carreiras da PSP e GNR, que os sindicatos e associações consideram que têm sido desconsideradas pelo Governo, com a ‘machadada final’ a ser a secundarização da PSP e GNR na atribuição do suplemento de missão da PJ”.
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), um dos sindicatos que faz parte da plataforma, disse à Lusa que a manifestação vai ter uma grande adesão, o que será “bem demonstrativo do estado de indignação dos polícias”.
“Desde a altura da escadaria [em 2013 os polícias invadiram as escadas do parlamento] que não me recordo de uma mobilização com tanta visibilidade”, disse Paulo Santos, estimando mais de 10 mil polícias na manifestação de hoje.
Também o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) disse à Lusa que “possivelmente será a maior manifestação a nível de mobilização que já aconteceu”.
“Não sei o número de autocarros. Na manifestação da escadaria foram cerca de 10.000 (participantes) e a que se realizou a seguir foram cerca de 17.000. Mas esta, pelo menos, pela mobilização de autocarros está mais forte”, disse César Nogueira.
O presidente da APG, que também pertence à plataforma, salientou que a manifestação tem como objetivo exigir que o suplemento atribuído à PJ seja aplicado à PSP e GNR.
“Caso não aconteça, os protestos não vão parar”, disse.
A plataforma de sindicatos e associações da PSP e GNR pediu aos partidos políticos para não comparecerem na manifestação agendada para hoje, em Lisboa.
Segundo a plataforma, o ofício enviado aos partidos a apelar à ausência de políticos na concentração - em que são esperados milhares de elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) – deve-se à vontade de “preservação da independência, maturidade e legítima luta”.
A concentração está prevista para as 17:30 no Largo do Carmo, seguida de desfile até à Assembleia da República.
Na plataforma estão reunidos sete sindicatos da PSP e quatro associações da GNR, que já convidaram os partidos para uma reunião no dia 26 de janeiro para que esta questão seja discutida e assumida uma posição para o futuro.
Os protestos começaram por iniciativa de um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, e estão a mobilizar cada vez mais elementos da PSP e GNR em todo país, sendo as iniciativas organizadas através de redes sociais, como Facebook e Telegram.
Os oficiais da PSP vão igualmente marcar presença na manifestação através do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia (SNOP), que faz parte da plataforma, numa situação inédita.
A manifestação deverá também contar com elementos da guarda pessoal, que têm um estatuto equivalente à PSP, e também exigem um suplemento de risco idêntico ao da PJ.
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