A paralisação foi convocada pela plataforma Unidade Social, que junta organizações sindicais, estudantis e sociais.
Na capital do Chile, a manifestação partiu da Praça Itália e terminou no centro histórico da cidade, perto do palácio presidencial de La Moneda.
Aprovada em 1980 num controverso referendo e em plena ditadura de Pinochet, a Constituição chilena foi revista ao longo dos anos mais de 40 vezes, mas continua a ser foco de críticas por causa do seu espírito neoliberal e por favorecer a iniciativa privada em setores encarados como essenciais como a saúde, a educação ou o sistema de pensões.
No domingo, o Presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou que está a preparar um projeto para alterar a Lei Fundamental.
As manifestações de hoje ocorreram em várias localidades, nomeadamente em Concepción, a 500 quilómetros a sul de Santiago do Chile e uma das principais cidades chilenas, Valparaíso e Viña del Mar.
Em Valparaíso, o Congresso Nacional suspendeu todas as sessões previstas para hoje por “motivos de segurança”.
A redação de um novo texto constitucional é uma das principais exigências da vaga de contestação popular que afeta o Chile desde o passado dia 18 de outubro.
Os protestos já provocaram a morte de 20 pessoas, cinco delas diretamente relacionadas com a repressão das forças de segurança das manifestações, e milhares de feridos e de detidos.
Também têm existido denúncias de abusos e de atos de tortura por parte de elementos das forças de segurança.
As manifestações no Chile surgiram inicialmente em protesto contra um aumento do preço dos bilhetes de metro em Santiago, decisão que seria suspensa e posteriormente anulada pelo Governo liderado pelo Presidente chileno Sebastián Piñera.
Mas, apesar do recuo das autoridades, as manifestações e os confrontos prosseguiram devido à degradação das condições sociais e às desigualdades no país.
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