“[As acusações] fazem parte de uma estratégia de ‘fakenews’ orquestrada pela Turquia através de organizações não-governamentais e das redes de tráfico”, referiu o ministro para as Migrações helénico, Notis Mitarachi, em declarações publicadas hoje no semanário grego To Vima.
“As investigações realizadas pela guarda costeira dos países europeus [Frontex] não confirmam essas acusações”, assegurou.
Um estudo publicado na sexta-feira pela ONG alemã Mare Liberum dá conta de uma “escalada inédita” registada em 2020 na expulsão de migrantes para a Turquia, através do Mar Egeu, envolvendo a Frontex, em violação do direito internacional.
Segundo a investigação, entre março e dezembro de 2020, houve mais de 300 casos de expulsão de migrantes da Grécia para a Turquia.
“Mais de 9.000 pessoas [que tentavam chegar à Grécia] foram violentamente encaminhados para a Turquia e ficaram privadas do direito de asilo, tendo em conta os testemunhos de 321 incidentes que foram documentados pela nossa ONG”, refere a investigação da Mare Liberum.
Uma outra ONG, Centro Legal de Lesvos, também documentou, igualmente através de testemunhos de sobreviventes, 17 casos de expulsões numa investigação feita já este mês.
Hoje, o ministro das Migrações grego sublinhou que as fronteiras da Grécia estão a ser fiscalizadas e controladas “no quadro do direito internacional e dos valores europeus”.
Desde que chegou ao poder, em 2019, o Governo conservador grego priorizou a “segurança” das fronteiras externas, adotando uma política rígida de migração, ao mesmo tempo em que intensificou o controlo sobre a atividade das ONG na Grécia.
Em janeiro deste ano, Mitarachi congratulou-se com o sucesso dessa política.
“2020 é um ano charneira. Conseguimos reduzir o fluxo [de migrantes] em 80% ao aplicarmos uma política eficaz”, afirmou.
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