A resposta do Metro à Lusa surge depois de o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) ter denunciado a existência de maquinistas daquela empresa com doenças de risco a trabalhar e apelado à antecipação da hora de fecho do serviço.
"Há medidas a serem implementadas numa situação de uma clara discriminação, enquanto em todas as outras áreas da empresa os trabalhadores de risco foram na sua maioria dispensados, há uma área em concreto que não está a cumprir com as diretrizes: os maquinistas", disse a sindicalista Anabela Carvalheira à Lusa.
Em comunicado, o Metro de Lisboa referiu que a dispensa desses trabalhadores continuará a ocorrer “na sequência da redução de oferta que se iniciou ontem, segunda-feira, dia 23 de março, em que se dispensarão aqueles cuja condição de saúde apresentem um maior risco face à covid-19, de acordo com a indicação dos serviços de medicina do trabalho da empresa”.
De acordo com o comunicado, o Metropolitano de Lisboa “cumpre escrupulosamente a obrigação de oferta de serviço público de transporte a que está obrigado”.
Segundo o metro, as escalas de rotação de turnos de trabalho e folgas “estão a ser refeitas” com o objetivo de “dispensar o maior número de maquinistas, de forma a proteger a integridade física de todos quantos, na atual conjuntura, puderem constituir uma reserva adequada de recursos”.
Nessas escalas é dada, de acordo com a empresa, “natural preferência aos portadores de patologias consideradas de maior risco. Esta análise e a consequente dispensa não pode ser, nem imediata, nem simultânea, nem definitiva, mas será, seguramente justa, transversal a todas as áreas e adequada às especiais características de cada função operacional”.
“Numa situação de crise como a que nos encontramos, a empresa acionou todas as medidas definidas pelo Governo e previstas no seu plano de contingência para proteção dos seus colaboradores, alinhadas com as melhores práticas nacionais e internacionais, no âmbito da saúde pública, medidas que se encontram, também, a ser seguidas e implementadas por outras empresas congéneres, em todo o mundo”, esclareceu.
O metro acrescentou ainda que os maquinistas exercem diariamente as suas funções, “cumprindo todas as normas de segurança preventivas que estão previstas, exercendo a sua profissão no interior da cabine de condução devidamente higienizada e no cumprimento de todas as instruções emanadas pela Direção-Geral da Saúde”.
“O Metropolitano de Lisboa está determinado em manter a prestação do serviço público de transporte e, em simultâneo, resguardar o maior número de trabalhadores possível, independentemente da sua categoria profissional”, pode ler-se ainda na resposta.
O metro foi ainda questionado sobre a antecipação da hora de fecho sugerida pelo STRUP, mas a questão não obteve resposta.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
De acordo com o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, em Portugal, há 33 mortes e 2.362 infeções confirmadas.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
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