“O fornecedor do produto apresentou evidências de entidades certificadas que atestaram que, relativamente ao último SARS (síndrome respiratória aguda grave), o produto garante uma proteção eficaz de até 30 dias, mantendo as superfícies sem riscos para os clientes e colaboradores”, avançou à Lusa o Metropolitano de Lisboa.
Em causa estão as críticas da Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos (Groquifar) de que o desinfetante aplicado em vários transportes públicos não foi testado “em condições representativas do contexto real onde será aplicado”, pelo que não acredita num efeito durante 30 dias.
O produto Microbe Shield Z-71, da Zoono, promete ter um “efeito biocida até 30 dias”, mas a associação Groquifar duvida deste resultado porque apenas foi testado segundo a EN14476, a norma europeia utilizada para “quantificar a atividade virucida dos desinfetantes”.
Em resposta às declarações da Groquifar, o Metropolitano de Lisboa fez saber que, aquando do aparecimento do novo coronavírus, analisou o mercado para escolher um produto eficaz que desinfetasse as instalações e carruagens, verificando que os produtos correntes necessitavam de aplicação diária, o que, além de ser muito difícil de assegurar, significa que “após a desinfeção uma pessoa infetada poderia colocar o vírus novamente na instalação”.
Neste âmbito, a empresa de transporte público optou pelo produto Zoono Z-71, por apresentar “um composto isento de álcool e de outros produtos químicos que possam afetar o ser humano, sendo aplicada tecnologia que permite obter um ambiente livre de bactérias, micro-organismos e vírus pela ação de romper com as células com as quais entra em contacto”.
A aplicação deste produto, com durabilidade de “até 30 dias”, não interfere com a limpeza de rotina nas instalações do Metropolitano, “que será reforçada semanalmente com o mesmo produto, mas através de aplicação manual, nas superfícies mais críticas”, avançou a empresa.
“Nos comboios, o desinfetante foi aplicado nas cabines de condução do maquinista e nos salões de passageiros, nomeadamente nos bancos, varões, pegas, vidros e outras superfícies. Nas estações, foi aplicado nos corrimãos das escadas fixas e mecânicas, mobiliário de estação, máquinas automáticas de venda de títulos, cabines e postos de venda, elevadores e outras instalações”, indicou o Metropolitano de Lisboa.
Apesar de remeter mais esclarecimentos para o fabricante, a empresa de transporte público garantiu que “o produto foi testado segundo a norma europeia EN14476 para várias estirpes de coronavírus e outros (foi testado contra mais de 100 agentes patogénicos, nomeadamente o coronavírus covid-19, MRSA, E. Coli, H1N1, Norovirus, Salmonella, MERS, Vírus da Peste Suína Africana e Vírus H9N2), tendo revelado uma eficácia superior a 99,99% ao fim de cinco minutos”.
Em cumprimento das instruções da Direção-Geral da Saúde e “em alinhamento com as melhores práticas implementadas noutras empresas congéneres e instituições nacionais e internacionais”, o Metropolitano de Lisboa assegurou a execução do seu plano de contingência para combate à pandemia da covid-19, com um conjunto de medidas internas e externas já implementadas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).
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