Uma petição posta a circular este fim de semana no Reino Unido e que visa suspender a visita oficial de Donald Trump ao país já angariou mais de um milhão de assinaturas e os números não param de aumentar. Poucas horas depois do lançamento, mais de 500 mil pessoas tinham já assinado a petição e os números mostram que na tarde de domingo a cada minuto mil pessoas juntavam o seu nome.
Referindo a "bem documentada misoginia e vulgaridade" de Donald Trump, os signatários pedem que o presidente americano, ainda que possa ser visita do país, não seja convidado para se encontrar com a Rainha, ato que configura o mais elevado patamar institucional. “Donald Trump deve poder entrar no Reino Unido na sua qualidade de líder do governo americano, mas não deve ser convidado para fazer uma visita oficial porque isso seria constrangedor para Sua Majestade, a Rainha", lê-se na petição.
Na Grã-Bretanha, a prática é que o governo responda a todas as petições com mais de dez mil assinaturas e a partir das 100 mil assinaturas passam a ser consideradas para discussão no Parlamento. Face aos números já alcançados pela petição contra a visita de Donald Trump, está desde já elegível para ambas as análises.
Londres é a cidade com mais adesão à petição, mas cidades como Brighton, Bristol, Edimburgo e Manchester têm também elevados níveis de participação.
A petição foi lançada depois do líder trabalhista, Jeremy Corbyn, ter pedido que a visita do presidente americano ficasse suspensa enquanto as medidas por ele anunciadas no que respeita à imigração estivessem em vigor. Theresa May - que transmitiu o convite a Donald Trump durante a sua vista de sexta-feira aos Estados Unidos - recusou-se por três vezes durante a viagem a pronunciar-se contra as decisões de Donald Trump no que respeita a imigração. Só no sábado, e sob forte pressão da opinião pública, a primeira-ministra britânica, um porta-voz da primeira-ministra britânica divulgou um comunicado em que se podia ler que " a política de imigração nos Estados Unidos é da responsabilidade do governo dos Estados Unidos, assim como a política de imigração do nosso país deve ser definida pelo nosso governo (...) mas não concordamos com este tipo de abordagem e não é aquele que seguiremos".
Se, ainda assim, a visita de Donald Trump ao Reino Unido não for suspensa, os ativistas estão a usar já as redes sociais para convocar o "maior protesto de sempre" em Londres.
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