Na sexta-feira passada, cerca das 18:00, um elétrico que fazia a carreira 25 (entre Campo de Ourique e a Praça da Figueira) descarrilou no cruzamento da Rua São Domingos à Lapa com a Rua Garcia de Orta, provocando 28 feridos, todos sem gravidade.
De acordo com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), duas vítimas foram assistidas no local e 26 foram transportadas para unidades hospitalares.
Na altura, Fernando Medina deslocou-se ao local para se inteirar da situação, mas não prestou declarações aos jornalistas.
Duas horas depois de ter ocorrido o acidente, o presidente da Carris anunciou que a empresa, integrada no universo municipal, ia abrir um “inquérito minucioso” para apurar quais as razões que levaram ao descarrilamento.
Hoje, questionado sobre o assunto pelo CDS-PP numa reunião público do executivo, o presidente da Câmara de Lisboa falou da situação, para dizer que “foi pedida urgência à Carris relativamente ao esclarecimento e ao inquérito à situação, e ela virá”.
Medina escusou-se, porém, a fazer mais comentários, remetendo-os para “quando o inquérito tiver conclusões”.
“Não posso antecipar qualquer uma das razões, não me vou pronunciar nem me vou pôr a especular sobre qualquer que ela seja sem a conhecer”, afirmou o presidente do município.
Na opinião do autarca, esta é “a única atitude possível de bom senso, podendo ter havido várias causas para o ocorrido”.
Apesar disso, o socialista aproveitou a oportunidade para criticar as declarações da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
Ao jornal Público, a sindicalista Anabela Carvalheira afirmou que “durante os últimos anos houve desinvestimento em todas as empresas de transportes no que respeita à manutenção de material e na Carris seguramente também”.
“Eu acho que as declarações da representante do sindicato são de uma grande infelicidade, para não adjetivar mais”, classificou Fernando Medina, apontando que a Fectrans não tem “conhecimento sobre a situação concreta” e que “tem havido um investimento muito forte em todas as áreas da Carris, em particular da manutenção”.
Na opinião do vereador Nuno Correia da Silva (CDS), que colocou a questão na reunião pública do executivo, “é muito importante que os utentes, os cidadãos de Lisboa que necessitam, que frequentam, que usam a Carris sintam segurança, e que não fique este nevoeiro de suspeição sobre a forma como é feita a manutenção” dos veículos da empresa.
O eleito centrista apontou que a sua bancada irá esperar “pelas conclusões do acidente”, sem “fazer um pré-juízo das razões” que o motivaram, mas questionou quando é que a câmara poderá ter acesso ao relatório do inquérito. Porém, não obteve resposta.
O CDS quis saber também “se é possível introduzir meios de controlo”, alegando que se verifica “várias vezes excesso de velocidade e menos diligência”.
“Gostaria de saber se há formas de fazer este controlo para que no futuro não volte a acontecer e para que aprendamos com aquilo que aconteceu”, questionou Nuno Correia da Silva.
Na reunião, e por proposta do presidente, os vereadores aprovaram, por unanimidade, um “voto de louvor ao extraordinário trabalho que foi feito por todas as equipas” de socorro, pela “rapidez com que acudiram à situação” e pela “eficácia que demonstraram na gestão das várias partes daquela situação muito complexa”.
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