
Num comunicado aos acionistas, a Azul informou que todos os seus voos continuarão durante o processo de recuperação judicial, regime jurídico especial para evitar a falência, que permite que as empresas mantenham as operações enquanto reorganizam as suas finanças sob supervisão judicial.
A reestruturação da empresa incluirá aproximadamente 1,6 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros na cotação atual) em financiamento durante o processo e a eliminação de mais de dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) em dívidas.
A empresa brasileira destacou, no mesmo comunicado, que também procurará obter um financiamento adicional de 950 milhões de dólares (841 milhões de euros) quando a reestruturação das suas atividades estiver concluída.
O plano é resultado de um acordo que envolve também a United Airlines e American Airlines, parceiras estratégicas da Azul, e a locadora de aeronaves AerCap.
John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de covid-19, às turbulências macroeconómicas e aos problemas na cadeia de suprimentos da aviação.
“Com uma abordagem colaborativa e o apoio dos nossos parceiros, tomámos a decisão estratégica de iniciar uma reestruturação financeira voluntária com um movimento proativo para otimizar a nossa estrutura de capital – que foi sobrecarregada pela pandemia da COVID-19, turbulências macroeconómicas e por problemas na cadeia de suprimentos da aviação”, refere no comunicado aos acionistas.
A Azul e Portugal
Fundada em 2008, por David Neeleman, antigo acionista da portuguesa TAP, a Azul afirma operar 1.000 voos diários para mais de 160 destinos, tornando-se a número um do Brasil em ambas as áreas.
A empresa brasileira é uma das credoras da TAP. A Azul fez um empréstimo de 90 milhões de euros à transportadora aérea portuguesa em 2016, para ajudar a liquidez da companhia portuguesa.
Em fevereiro passado, o CEO da Azul afirmou à Lusa esperar que essa dívida contraída pela TAP seja resolvida antes da privatização da companhia portuguesa para não “atrapalhar” o processo.
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