Segundo denúncia das Ordens ao Expresso, existem secretárias clínicas e médicos em teletrabalho a serem vacinados antes de profissionais na linha da frente.
"Aquilo que estamos a ver é que o Plano de Vacinação, do ponto de vista das prioridades, está bem feito, mas os hospitais não estão a implementá-lo de acordo com o que está no papel", disse Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, ao semanário, precisando que “há casos em que médicos em teletrabalho, a fazer teleconsultas, foram chamados para vacinação, em detrimento de assistentes operacionais e de enfermeiros, entre outros profissionais, que estão 24 horas por dia em serviços covid”.
As denúncias que chegaram à Ordem vêm de profissionais de saúde de vários hospitais: Centro Hospitalar de Lisboa Central, do Hospital de Santa Maria, do Hospital Garcia de Orta, do Hospital Padre Américo e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
Carlos Cortes, presidente da secção do centro da Ordem dos Médicos, dá também conta destas denúncias. No que diz respeito a Coimbra, "há funcionários da urgência, tanto na de adultos como na pediátrica, que não foram chamados para esta primeira administração. Mas depois foram chamados profissionais que não têm contacto com doentes covid-19, que não têm perigo, como secretárias clínicas e diretores de serviços não-covid", garantiu.
De acordo com as Ordens, as queixas estão a ser encaminhadas para o Ministério da Saúde.
A campanha de vacinação contra a covid-19 iniciou-se em Portugal em 27 de dezembro com a inoculação de profissionais de saúde nos hospitais. Na segunda-feira, foi alargada aos lares de idosos.
A vacina que está a ser administrada é a do consórcio Pfizer-BioNTech, para cujo uso de emergência foi aprovada em 21 de dezembro pela Agência Europeia do Medicamento.
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