Na quinta-feira, o procurador Paxton entrou com uma ação civil contra Margaret Carpenter, fundadora da Abortion Coalition for Telemedicine, de Nova Iorque.
O seu gabinete informou que Carpenter forneceu a uma mulher texana de 20 anos "medicamentos indutores do aborto, que acabaram com a vida de um não-nascido e provocaram graves complicações na mãe".
"As leis do Texas proíbem a um médico ou fornecedor médico administrar qualquer fármaco indutor do aborto por serviço de mensageiro, entrega ou correio", apontou.
Além disso, "nenhum médico pode tratar pacientes ou receitar medicamentos a residentes do Texas através de serviços de telemedicina, a menos que o médico tenha uma licença médica válida no Texas".
De recordar que o Texas tem uma das legislações mais restritivas ao aborto nos Estados Unidos. Além disso, Carpenter não tem licença médica neste estado.
O procurador pede que Carpenter seja proibida de exercer ilegalmente medicina no estado e prescrever comprimidos abortivos a residentes do Texas. Também solicita uma multa de 100 mil dólares por cada infração.
"No Texas valorizamos a saúde e a vida das mães e dos bebés e, por isso, os médicos de fora do estado não podem receitar ilegal e perigosamente medicamentos a residentes do Texas", declarou.
O estado de Nova Iorque, governado por democratas, conta com uma lei denominada de "escudo", que oferece proteção legal aos médicos locais que prescrevem comprimidos abortivos a mulheres de estados onde o procedimento é proibido.
Dezoito estados governados por democratas promulgaram leis escudo desde que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos anulou, em 2022, o direito ao aborto a nível federal, segundo um relatório do Centro de Direitos Reprodutivos.
Em junho deste ano, o Supremo rejeitou uma investida de grupos antiaborto para restringir a mifepristona, um comprimido amplamente usado para interromper a gestação.
O processo no Texas traz aos tribunais questões espinhosas sobre o que se conhece como extraterritorialidade, ou seja, a aplicação de leis de um estado para outro.
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