“O Partido Socialista Operário Espanhol não poderá esquecer nunca o trato próximo, cúmplice e motivador que representou sempre Soares no nosso projeto democrático, primeiro, e na nossa incorporação na União Europeia, mais tarde”, escreve a atual direção provisória dos socialistas espanhóis numa mensagem “em nome de todos os socialistas espanhóis”.
O PSOE sublinha que Mário Soares foi “uma figura histórica que transcende as ideologias” com um legado que deve ser conservado “neste momento em que os populismos ameaçam”.
Mário Soares “é um exemplo de entrega e luta pela liberdade, primeira em plena ditadura de António Salazar e depois como ativo artífice da democracia Lusa e do Partido Socialista português”, de acordo com o comunicado de imprensa.
A direção provisória do PSOE também destaca o facto de Soares ser presidente no dia em que os dois países entraram na União Europeia.
“Uma aventura que percorremos de mãos dadas como vizinhos e como aliados, encarnando o Sul neste grande projeto”, lê-se na mensagem.
O PSOE está desde outubro sem secretário-geral e a meio de um processo de escolha de um novo líder, depois de Pedro Sánchez se ter demitido do lugar em desacordo com uma maioria de dirigentes socialistas que quiseram dar um outro rumo ao partido.
Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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