“Os processos a decorrer não criam nenhum vazio de poder. Não há um vazio de administração na CGD, nem os reguladores e supervisores permitiriam tal coisa.Aquilo que estamos a preparar é a nomeação do próximo Conselho de Administração”, destacou o ministro das Finanças durante a sua audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA).
Segundo Centeno, “esse processo está numa fase muito avançada e nos próximos dias o Conselho de Administração tomará posse”.
E salientou: “Todos gostaríamos que este processo fosse mais célere e o Governo tudo fez que para tal acontecesse”.
De resto, Centeno admitiu que preferia que António Domingues tivesse aceitado permanecer em funções até à tomada de posse de Paulo Macedo, mas desvalorizou a nega do antigo administrador do Banco BPI.
“O Dr. António Domingues assim não entendeu, porque no seu entender não havia condições [para ficar mais alguns dias à frente da CGD]. Não saiu daí nenhuma perturbação para o processo de transição, nem há um vazio de poder na CGD”, vincou.
Antes, durante as suas intervenções nesta comissão parlamentar, tanto o PSD como o CDS destacaram que, desde que o atual governo tomou posse, a CGD já vai na terceira administração e que conseguiu criar um “segundo vazio de poder” no prazo de um ano.
O Governo Costa tomou posse no final de 2015 quando estava na CGD a administração liderada por José de Matos, que o executivo quis substituir logo no início de 2016 mas cujo mandato se prolongou até final de agosto passado (apesar da saída de vários administradores) enquanto decorriam as negociações com as instituições europeias relativas ao processo de recapitalização e ao plano de negócios.
A administração de António Domingues entraria em funções no final de agosto, mas várias polémicas, sobretudo em torno da exceção ao estatuto do gestor público, que permitia que não fossem públicas as declarações de património e rendimento dos novos administradores, levaram à saída da maioria dessa equipa em dezembro.
Hoje, ainda antes das declarações do governante no parlamento, fonte oficial das Finanças disse à Lusa que a aprovação pelo Banco Central Europeu (BCE) da equipa de Paulo Macedo, ex-ministro da Saúde do Governo Passos Coelho, para a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) “terá lugar nos próximos dias”, assegurando que “tudo está a avançar muito bem”.
A nova equipa de gestão proposta pelo Governo, cuja nomeação formal apenas aguarda a ‘luz verde’ do BCE, terá Rui Vilar como presidente não executivo (‘chairman’) e Paulo Macedo como presidente executivo (CEO).
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