Esta ameaça foi abordada numa reunião em Londres esta semana dos chefes das Marinhas do Comité do Canal (CHANCOM) formado por países próximos do Canal da Mancha que fazem parte da Aliança Atlântica, disse à Agência Lusa o Chefe do Estado Maior da Armada.
“Há preocupações com as infraestruturas, porque já houve um ataque a uma infraestrutura subaquática”, lembrou, numa alusão às explosões que danificaram os gasodutos ao largo da Suécia e Dinamarca, admitindo que a apreensão é um resultado do atual contexto de guerra na Ucrânia.
Explosões, ao largo da Dinamarca e Suécia, destruíram em setembro do ano passado segmentos dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que ligavam a Rússia à Alemanha, embora estivessem inativos.
A hipótese da sabotagem foi privilegiada pelas autoridades judiciais dinamarquesas, alemãs e suecas, que lançaram um inquérito, mas a Federação Russa negou estar na origem do incidente.
Gouveia e Melo disse à Lusa existirem “preocupações que têm a ver com a capacidade submarina dos adversários” e preocupações quanto à necessidade de os membros da NATO estarem “numa posição de, no mínimo, controlo nas atividades para evitar uma escalada”.
Além de gasodutos ou oleodutos subaquáticos, estão em causa infraestruturas como cabos elétricos e de telecomunicações submarinos e torres eólicas ou plataformas de exploração de gás ou petróleo ‘offshore’.
“O que é que nós pretendemos é que, através do espaço marítimo, não se crie um desequilíbrio desfavorável ao Ocidente, uma vez que o espaço marítimo é o motor da economia internacional”, vincou.
O CHANCOM é um organismo consultivo da NATO composto pelo Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica e Países Baixos, do qual Portugal, Itália e Espanha fazem parte enquanto observadores.
Estes países representam as áreas marítimas pelos quais a navegação tem de transitar entre o Mar do Norte (Atlântico Norte), Atlântico Sul e Mar Mediterrâneo.
O grupo realiza reuniões anuais entre os líderes das respetivas Marinhas, sendo o local alternado entre os membros.
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