Le Pen foi hoje à escola de Conflans-Sainte-Honorine, a cerca de 30 quilómetros da capital onde trabalhava Samuel Paty, o professor de História e Geografia, que foi decapitado na sexta-feira, dias depois de ter mostrado algumas caricaturas de Maomé, numa aula dedicada à liberdade de expressão.
“O islamismo é uma ideologia belicista cujo meio de conquista é o terrorismo. Como o terrorismo é um ato de guerra, ele exige legislação de guerra”, disse Le Pen numa conferência de imprensa.
Segundo a líder da Frente Nacional, para enfrentar esta “força organizada, instalada, proselitista e conquistadora” a estratégia do Presidente Emmanuel Macron tem sido “insuficiente e anacrónica”.
“A situação exige uma estratégia de reconquista”, insistiu Le Pen, que acusou o Governo de ser demasiado brando com o terrorismo.
“Com o fantasma das execuções extrajudiciais, os islâmicos querem restaurar o crime de blasfémia no nosso país. Por meio da autocensura que o medo gera, já estamos a assistir a um restabelecimento silencioso do crime de blasfémia, que marca uma primeira vitória do obscurantismo”, disse a líder extremista.
Aquela que foi candidata à Presidência francesa em 2017 contra Macron, apelou a uma legislação “excecional”, de acordo com o Estado de Direito, com procedimentos policiais e legais específicos, possibilidade de prolongamento da vigilância, regime prisional específico e reforço dos meios policiais.
Le Pen também exigiu a constituição imediata de uma comissão de investigação para esclarecer os factos e responsabilidades pessoais ou de agentes e serviços do Estado que permitiram a instalação em França do assassino do professor francês.
O autor da morte de Paty morreu poucos minutos após o crime, devido a disparos policiais na sequência do confronto com polícias.
O assassino era um jovem de 18 anos, oriundo de uma família russo-chechena que migrou para França com o estatuto de refugiado.
Le Pen também criticou a atual política de imigração, por acreditar que ela alimenta o comunitarismo, “a terra fértil do islamismo”.
“Uma pessoa com dupla nacionalidade associada ao islamismo deve ser despojada da sua nacionalidade e expulsa. Uma pessoa francesa registada para o islamismo deve ser perseguida por servir ao inimigo, condenada e presa”, concluiu a líder da Frente Nacional.
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