Esta condenação implica automaticamente uma pena de inelegibilidade para Marine Le Pen, de 56 anos, não estando ainda determinado se será “provisoriamente executória” e, por conseguinte, imediata, impossibilitando que se candidate nas presidenciais francesas previstas para 2027 para suceder ao Presidente Emmanuel Macron.

O tribunal estimou que o prejuízo total foi de 2,9 milhões de euros desviados durante mais de 11 anos, “ao longo de três legislaturas”, uma vez que os eurodeputados do RN fizeram com que “o Parlamento Europeu pagasse a pessoas que estavam efetivamente a trabalhar para o partido” de extrema-direita.

Le Pen foi condenada a quatro anos de prisão — dois de prisão efectiva, podendo cumpri-los com pulseira eletrónica —, ao pagamento de uma multa de 100 mil euros e a cinco anos de inelegibilidade para cargos públicos, com execução imediata, o que quer dizer que não poderá ser candidata presidencial em 2027.

Os 12 assistentes julgados juntamente com os eurodeputados foram igualmente considerados culpados de manipulação de bens roubados.

“Trata-se de garantir que os representantes eleitos, tal como todos os que estão sujeitos à lei, não beneficiam de um regime preferencial”, afirmou o presidente do tribunal.

Esta condenação lança dúvidas sobre o futuro político da principal figura da extrema-direita francesa, que deixou a sala de audiências e o Palácio da Justiça de Paris antes de serem anunciados todos os pormenores da sua sentença.

*Com Lusa