Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no fim de um pequeno-almoço com o antigo Presidente do Brasil Lula da Silva, na residência oficial do cônsul-geral de Portugal em São Paulo, que durou cerca de uma hora e 45 minutos.
Interrogado se vai ou não viajar hoje ao fim do dia para Brasília para se encontrar com Bolsonaro na segunda-feira, respondeu: "Houve um convite escrito, eu aceitei por escrito. Na medida em que não aparece uma confirmação escrita, isto quer dizer que, de facto, eu vou ficar no programa originário". E acrescentou: "Não tem drama nenhum".
O Presidente da República assinalou que o programa inicial desta sua visita ao Brasil só incluía o Rio de Janeiro, para uma sessão comemorativa dos cem anos da travessia aérea do Atlântico Sul, e São Paulo, para a Bienal do Livro. Depois surgiu o convite de Jair Bolsonaro para ir a Brasília.
Marcelo Rebelo de Sousa indicou que aguardará ainda "até ao começo da tarde" por uma eventual "confirmação por escrito" da parte da Presidência do Brasil sobre esse encontro e que, se não chegar, o seu programa "fica por São Paulo – como esteve sempre para ficar no início".
O chefe de Estado adiantou que já está a acrescentar pontos à sua agenda em São Paulo no tempo que terá até viajar de regresso a Portugal: "Já estou a reprogramar. Estou no plano A, que depois foi substituído pelo B. Voltamos ao plano A".
"Está visto que os planos A são sempre preferíveis", observou.
Até agora, continuava oficialmente em aberto se Marcelo Rebelo de Sousa iria ou não viajar para Brasília hoje ao fim do dia, para um encontro seguido de almoço com o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Palácio Itamaraty, na segunda-feira.
Jair Bolsonaro declarou à CNN Brasil na sexta-feira que tinha decidido cancelar o almoço entre os dois, o que justificou com o facto de Marcelo Rebelo de Sousa se ir encontrar hoje com Lula da Silva.
O Presidente português desvalorizou reiteradamente este episódio e disse que aguardava uma eventual comunicação por escrito do seu homólogo.
Bolsonaro vai recandidatar-se ao cargo nas presidenciais marcadas para 02 de outubro, nas quais irá defrontar Lula da Silva.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que voltará ao Brasil por ocasião dos 200 anos da independência, em 07 de setembro, e que "aí naturalmente haverá um encontro não só no Congresso mas certamente com o Presidente da República [Jair Bolsonaro]".
Depois, realçou que lhe faltam cerca de quatro anos para concluir o mandato e que quem vier a ser eleito Presidente do Brasil também terá um mandato de quatro anos.
"Há uma sobreposição de mandatos, não vão faltar ocasiões para, quem quer que seja o Presidente eleito, haver encontros", considerou.
* Por Inês Escobar de Lima, da agência Lusa
(Notícia atualizada às 20h23)
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