Marcelo Rebelo de Sousa discursou hoje, ao final da tarde, em Lisboa, na sessão de encerramento do seminário "Vida com dignidade e qualidade até ao fim", na data em que se assinala o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos.
"A presença do Presidente da República tem um sentido cívico, institucional e político", explicou, apesar de esta ser uma causa pela qual se bate há décadas enquanto cidadão.
Assim, a presença de Marcelo Rebelo de Sousa "é uma chamada de atenção" aos responsáveis políticos para "que se empenhem mais no domínio dos cuidados paliativos".
Este apelo é, de acordo com o Presidente da República, "nomeadamente para aqueles que infelizmente em dia tão ocupado não puderam conceder uns minutos da sua atenção para estarem neste encontro", uma crítica implícita à ausência do ministro da Saúde ou de um secretário de Estado da tutela.
"É uma chamada de atenção no sentido de se não esquecerem, ao equacionarem o Sistema Nacional de Saúde - e dentro dele o Serviço Nacional de Saúde - e ao debaterem as políticas de saúde e ao avançarem para convergências no domínio da saúde, que ultrapassem fronteiras doutrinárias e ideológicas, que não se esqueçam dos cuidados paliativos", sublinhou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, os profissionais desta área "são, à sua maneira, heroínas e heróis porque é preciso saber o que é a especificidade deste tipo de cuidados".
"A minha presença hoje, aqui, tem um duplo significado: estar com aqueles que pertencem à mesma família, que luta pela mesma causa e estar a pensar em alargarmos a causa a todo o país", justificou.
Para o Presidente da República, "seja qual for a razão de ser que justifica uma reflexão sobre cuidados paliativos é uma boa razão de ser porque é uma boa causa".
"É uma causa fundamental para Portugal. Aqui estou para vos agradecer em nome de Portugal", enfatizou.
Antes de começar o discurso de encerramento, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu uma medalha da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, que considerou ser "justíssima".
"Andamos há décadas a lutar por este dia. Não sei se fica muito bem ao Presidente da República e a mim mesmo dizer-vos o que vos digo, mas fico muito sensibilizado pela medalha que me foi entregue, mas penso que é justíssima", afirmou.
Por uma vez e "no meio de dezenas medalhas injustas", o chefe de Estado considera que "esta medalha foi justíssima" uma vez que a luta que trava nesta área "vem de longe".
"O grande desafio destes dias é o desafio da igualdade social perante os cuidados paliativos. A nossa sociedade é injustíssima, é muito desigual", lamentou.
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