“Neste momento, há uma prioridade, a do combate ao incêndio, do apoio aos familiares das vítimas, do apoio às vítimas não mortais, naquilo que sofreram e sofrem. Já temos muitas frentes pela frente. Não vamos juntar mais frentes neste momento. Esse tipo de considerações, neste momento, é juntar frentes a um combate que já é difícil. Tudo tem um momento na vida”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado falava aos jornalistas no centro de comando da Proteção Civil, em Avelar (Ansião, distrito de Leiria), e foi questionado sobre as dúvidas na origem, causas e meios humanos e materiais empregados na zona de Pedrógão Grande no combate ao incêndio, com diversas frentes, ativo desde sábado e que já provocou 62 mortos e 62 feridos.
“O que está a ser feito está a sê-lo com critério e organização, mas há a noção de que as próximas horas — esperemos que não muitos mais dias — serão ainda de desafio, combate, luta. Estabilizou, neste momento, o número de vítimas mortais, em termos muito elevados, uma tragédia quase sem precedentes no Portugal democrático”, continuou.
Marcelo Rebelo de Sousa vincou que a “prioridade nacional é a de, em conjunto, enfrentar este desafio, que é o que está a ser feito”.
O Presidente da República e antigo líder do PSD louvou com as declarações do líder da oposição, o social-democrata e ex-primeiro-ministro Passos Coelho, que disse momentos antes que “as pessoas quererão saber, têm o direito a saber, a explicação para que isto tivesse acontecido”, mas “este ainda não é o momento”, após uma reunião com o presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
“Começa agora, de forma crescente, uma outra fase, quando a primeira ainda não terminou, que é a de acolhimento e reinserção comunitária”, anteviu Rebelo de Sousa, prometendo “uma palavra àqueles que sofrem mais” e ir “ouvir o que vai no coração das pessoas”.
O chefe de Estado deverá deslocar-se aos locais afetados pelos incêndios nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco: Penela, Alvaiázere, Góis e Cernache do Bonjardim (Sertã).
“Naquele momento, naquelas condições, com o que se sabia e até onde se podia chegar, estava a fazer-se o melhor dentro do que era possível. Não era possível ir mais longe. Onde se era possível chegar com aqueles meios tinha-se chegado e estava-se a chegar”, descreveu Rebelo de Sousa sobre as primeiras horas das ocorrências.
O Presidente da República revelou ainda que o seu homólogo brasileiro disponibilizou meios aéreos para o combate às chamas, mas o chefe de Estado comunicou que Portugal já tem aeronaves no terreno, inclusivamente dos vizinhos países europeus, mas que as mesmas não conseguem intervir devido às más condições de visibilidade.
Comentários