Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que já passou "muitas vezes, em atividades profissionais ao longo de muitos anos", pela estrada que abateu na segunda-feira, provocando duas vítimas mortais confirmadas e vários desaparecidos.
Questionado se entende que este era um desastre anunciado, respondeu: "Não me vou pronunciar sobre isso".
"Penso que, neste momento, o fundamental é esta mensagem de apoio ao que está a ser feito e está a ser feito com critério, com cuidado e com segurança e, por isso, sem limites temporais precisos, como tem sido explicado e bem à opinião pública", considerou.
O chefe de Estado disse que "todos os portugueses ficaram chocados com aquilo que aconteceu" e que se deslocou ao local do acidente "mal foi possível lá ir e lá estar sem perturbar os trabalhos em curso".
"Desde já, naturalmente, apresento a minha solidariedade, as minhas condolências aos familiares das vítimas. E apoio aquilo que tem sido dito, que é pedir paciência àqueles que querem encontrar uma resposta mais rápida", acrescentou.
Segundo o Presidente da República, "é o bom senso que obriga, e razões de segurança, a que tudo seja feito como está a ser feito, portanto, sem se poder fixar prazos precisos para as várias operações".
Interrogado se coordenou com o Governo a sua deslocação a Borba, onde chegou perto das 13:30, tendo saído cerca de quinze minutos mais tarde, retorquiu: "Não vou comentar, não tenho mais nada a dizer".
Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que "intencionalmente" não falou no local do acidente e que ali se informou "do que está pensado ser feito ao longo do tempo, assim seja possível em termos das condições meteorológicas".
"Ouvi e apoiei o esforço que está a ser feito por todos, todos - Proteção Civil, bombeiros, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), município, freguesia - para conseguir os objetivos que estão fixados", prosseguiu.
O chefe de Estado relatou que manifestou o seu apoio "àqueles que ali estavam a trabalhar em conjunto" e adiantou que procurará saber pelo presidente da Câmara de Borba quando é que decorrerão os funerais das vítimas, para estar presente ou se fazer representar.
"Tenciono estar com os familiares das vítimas mortais logo que receba notícia da realização dos funerais", reforçou, mais à frente.
O deslizamento de um grande volume de terra na estrada entre Borba a Vila Viçosa, no distrito de Évora, provocou a deslocação de uma quantidade significativa de rochas, de blocos de mármore e de terra para o interior de uma pedreira, pelas 15:45 de segunda-feira.
Segundo o comandante distrital de operações de socorro de Évora, José Ribeiro, estão confirmados dois mortos, operários da empresa que explora a pedreira.
As autoridades procuram ainda um número indeterminado de vítimas, cujas viaturas em que seguiam terão sido arrastadas para o interior da pedreira.
O Ministério Público instaurou, entretanto, "um inquérito para apurar as circunstâncias que rodearam a ocorrência", referiu a Procuradoria-geral da República, em resposta enviada à agência Lusa.
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