“Não serve de nada só olhar para o passado: a democracia faz-se ou desfaz-se todos os dias. Cada vez que aumenta a pobreza desfaz-se a democracia, cada vez que aumentam as desigualdades desfaz-se a democracia”, destacou.
Durante a cerimónia de inauguração, de um mural de homenagem a Alberto Martins e à Crise Académica de 1969, pintado na cidade de Coimbra, Marcelo Rebelo de Sousa enunciou alguns dos perigos que podem colocar a democracia em causa.
“Cada vez que ficamos para trás em termos qualificações desfaz-se a democracia, cada vez que não vamos tão longe como devíamos ir na saúde, educação, solidariedade social, habitação, desfaz-se a democracia. Cada vez que os jovens que se formam têm de partir, porque não têm como ficar, desfaz-se a democracia”, acrescentou.
Ao longo da sua intervenção, o Presidente da República apontou a necessidade de se refazer a democracia todos os dias.
“Começando logo pelo mais simples, nunca sacrificar a liberdade, os direitos fundamentais. Nunca sacrificar o pluralismo, a opinião de cada qual e respeitar sempre a diferença: nós somos diferentes e ninguém pode impor que sejamos iguais na maneira de ser, iguais nos direitos e acesso e ao gozo de direitos sim, mas cada um escolhe o seu caminho”, concretizou.
No seu entender, não há portugueses e europeus puros.
“Não pode haver xenofobias, não pode haver discriminações intoleráveis, por aí passa a democracia. Por aí passou o pedido de palavra e toda a vida cívica, pessoal e humana de Alberto Martins”, referiu.
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