"Eu acho que é inspirador para a paz, e é um desperdício se não for aproveitado para isso", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à Lusa e à RTP em Roma, depois de marcar presença no funeral do Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

O Presidente português afirmou que "o que se espera de uma paz falada na Basílica de São Pedro é que seja uma paz possível, uma paz rápida, mas uma paz digna e justa, que é isso que é fundamental".

"Uma paz digna, uma paz justa, uma paz que possa satisfazer o ponto de vista daqueles que são de um lado, mas também o outro ponto de vista, que é o ponto de vista de Zelensky. Uma paz que seja uma rendição não é uma paz digna e justa", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República liderou a comitiva portuguesa que esteve presente nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco, que decorreram esta manhã.

Marcelo Rebelo de Sousa ficou sentado na Praça de São Pedro atrás de Donald Trump e ao lado do Presidente polaco, Andrzej Duda. Antes do início da cerimónia, foi possível ver nas imagens transmitidas que o Presidente português trocou algumas palavras com o seu homólogo americano.

Aos jornalistas, revelou que falou também com outros chefes de Estado, entre os quais "múltiplos de língua portuguesa, [como os Presidentes] angolano, cabo-verdiano, timorense" sobre o "significado da cerimónia".

"Há os muito católicos, por exemplo, os polacos, participavam fervorosamente e recordavam [...]. Outros, menos praticantes, iam falando de questões mais políticas", indicou.

Já Donald Trump, "com um vizinho, que era o Presidente da Estónia, falou bastante de questões políticas durante a comunhão, que foi muito longa", disse também o chefe de Estado português, sem revelar a sua conversa com o Presidente americano.

No Vaticano estiveram também com o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos encontraram-se hoje em Roma, uma reunião de 15 minutos que decorreu dentro da Basílica de São Pedro, antes do início do funeral do Papa Francisco.

Trump e Zelensky tiveram também uma "conversa positiva" com o presidente francês e o primeiro-ministro britânico.

As equipas dos presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia estão a tentar organizar para hoje um novo encontro entre os dois líderes, revelou o porta-voz de Zelensky, Sergey Nikiforov.

Dezenas de chefes de Estado e de governo, bem como outros altos dirigentes, reuniram-se este sábado em Roma para participar no funeral do Papa Francisco, proporcionando diversos encontros e reuniões diplomáticas.

Na sexta-feira à noite, o presidente dos Estados Unidos deixou a garantia que a Rússia e a Ucrânia estavam "muito perto de um acordo", embora sem revelar pormenores.

Já o seu homólogo russo Vladimir Putin, com quem vem desenvolvendo uma reaproximação significativa há vários meses, admitiu a "possibilidade" de "negociações diretas" entre Moscovo e Kiev.

Desde 2022, altura em que fracassaram as negociações entre os dois países em guerra, que não existem mais negociações diretas.