No terceiro dia da visita aos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa esteve hoje no concelho da Madalena, no Pico, onde durante séculos habitantes transformaram terrenos de lava em pequenos currais para proteger as videiras do vento e da água do mar, criando uma paisagem rendilhada que é Património Mundial da Unesco desde 2004.
Marcelo percorreu alguns desses currais e, quando se dirigia para uma prova de vinhos e licores da ilha, o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, advertiu-o, por duas vezes, para uma pedra solta e que não estava muito segura.
“Deixe estar, deixe estar não se toca na natureza”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa que, perante a insistência de Vasco Cordeiro, continuou: “Uma queda no meio da lava era fabuloso”.
Depois, o chefe de Estado provou alguns vinhos e licores do Pico, e à pergunta se já estava convencido em ser embaixador do vinho do Pico respondeu “está feito”.
“Acabei de me comprometer a ser embaixador do vinho do Pico, não quer dizer que não seja de outros vinhos dos Açores”, afiançou.
Marcelo Rebelo de Sousa recebeu depois uma garrafa de vinho licoroso “Czar”, de um lote de 75, "único no mundo" que atingiu “uma graduação de 20,1% de álcool de forma natural sem a adição de uma gota de aguardente”.
Questionado sobre a possibilidade de abrir a garrafa em caso de ganhar segundas eleições presidenciais, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não vai “perder a oportunidade de beber esta maravilha com a obsessão de um eventual segundo mandato”.
“É um desperdício”, comentou, notando que tem de ser bebido “numa ocasião não muito distante”, como “algum evento relacionado” com os netos, ou seja o seu regresso a Portugal.
“Espero que eles venham para Portugal rapidamente”, comentou, acrescentando estar a cumprir o mandato que tem na sua cabeça.
No seu papel de embaixador do vinho do Pico, o Presidente da República elogiou este néctar junto de um grupo de franceses, dizendo, por várias vezes, que é bom e convidando-os a transmitirem aos amigos.
Foi com eles que brindou, incluindo no brinde o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, recentemente eleito, e a quem se referiu como “um muito jovem e brilhante presidente”.
Marcelo Rebelo de Sousa autografou ainda uma bota de montanha do guia Renato Goulart, que já subiu 2.027 vezes a montanha do Pico.
Na ocasião, o chefe de Estado manifestou a vontade de, numa “próxima vez”, também ir ao ponto mais alto de Portugal, com 2.351 metros de altitude, o que já fizeram os candidatos a primeiro-ministro António Guterres e Durão Barroso (comentando-se, então, que quem conseguisse subir o Pico ganhava as eleições) e que o ex-Presidente da República Mário Soares fez de helicóptero.
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