Os resultados foram divulgados hoje pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), que, juntamente com o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, promove desde 2020 esta iniciativa de internacionalização de obras escritas em português por autores portugueses, africanos e de Timor-Leste

Este ano, são 133 os livros a publicar noutros países, menos 14 do que na edição anterior, abrangendo 100 editoras, menos quatro do que no ano passado, mas o apoio financeiro para 2024 – um total de 265 mil euros - ultrapassa em 15 mil euros a verba anterior.

O número de países destinatários destas traduções também diminuiu, de 45 para 42, assim como o número de línguas abrangidas, de 35 para 32.

Estão representadas nestas obras selecionadas as áreas da ficção, poesia, literatura juvenil, ensaio e dramaturgia, destacando-se as traduções da obra de Luís de Camões, no contexto das comemorações dos 500 anos do seu nascimento, quer através de edições de “Os Lusíadas” em espanhol, grego e polaco, quer da lírica, em árabe e italiano.

"Auto da Barca do Inferno" e "Farsa de Inês Pereira", de Gil Vicente, "O Mandarim" e "A Cidade e as Serras", de Eça de Queirós, "A Queda de Um Anjo", "Gracejos que Matam (Novelas do Minho)" e "Amor de Perdição", de Camilo Castelo Branco, "Aforismos", de Agustina Bessa-Luís, e "Ensaio sobre a Cegueira", de José Saramago, são algumas das obras contempladas, em países como Alemanha, Bulgária, Croácia, Espanha, França ou Turquia.

Entre os autores a traduzir contam-se ainda Abdulai Sila, Afonso Cruz, Afonso Reis Cabral, Alice Vieira, Almada Negreiros, Almeida Faria, Almeida Garrett, Amadu Dafé, Ana de Castro Osório, Ana Filomena Amaral, António Franco Alexandre, António Lobo Antunes, António Ramos Rosa e Augusto Abelaira, Bento Baloi, Bernardo Pinto de Almeida, David Machado, Dulce Maria Cardoso, Edson Incopté, Fernando Mariano Cardeira e Florbela Espanca.

Gonçalo M. Tavares, Hirondina Joshua, Isabela de Figueiredo, João Luís Barreto Guimarães, João Melo, José Cardoso Pires, José Eduardo Agualusa, José Luís Peixoto, Lídia Jorge, Maria Judite de Carvalho, Mário-Henrique Leiria, Mia Couto, Nuno Júdice, Pepetela, Ramalho Ortigão, Raul Brandão, Soeiro Pereira Gomes, Sophia de Melo Breyner Andresen, Ungulani Ba Ka Khosa, Valter Hugo Mãe, Vitorino Ubisse Oliveira, Waldir Araújo, Wenceslau de Moraes e Yara Monteiro estão entre outros autores com obras abrangidas este ano pela LATE.

Está também assegurado o regresso de "Novas Cartas Portuguesas", de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, aos mercados livreiros de Espanha e França, em novas traduções.

À semelhança dos anos anteriores, o castelhano é o idioma mais representado, com 25 traduções, muitas delas em Espanha, mas também na América Latina (Argentina, Colômbia, Perú) e em Moçambique, assinala a DGLAB.

Surgem depois, por ordem de frequência, as traduções para italiano (15), francês (12) e inglês (10).

A DGLAB destaca uma tendência que se tem vindo a verificar no que respeita à diversificação da representatividade de outras línguas, como é o caso do zarma, do azeri, do indonésio, do marati e do bengali, do cingalês e do vietnamita.

O trabalho de análise de todas as propostas recebidas é da responsabilidade de uma comissão na qual estão representadas a Associação Portuguesa de Escritores, a Associação Internacional de Lusitanistas, o Camões e a DGLAB.

A LATE foi lançada em 2020, tendo, nesse ano, abrangido 152 projetos editoriais de editoras de 44 países.