José Encarnação, da Plataforma Cívica Aeroporto BA6 - Montijo Não, uma das organizações presentes, em declarações à agência Lusa disse que esta iniciativa (alargamento do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa e construção de um novo no Montijo) “são uma clara contradição do discurso que o primeiro-ministro fez na cimeira climática COP25” não correspondendo a decisões comissão europeia”.
“Esta é a pior contribuição que Portugal dá para combater as alterações climáticas”, disse adiantando que a iniciativa de hoje visou chamar a atenção para estes dois processos em curso que “estão cheios de irregularidades porque as obras que deverão começar em janeiro para alargar os movimentos do aeroporto Humberto Delgado deviam ser sujeitas a um estudo de impacto ambiental e não foram”.
Outra vertente, adiantou, é a construção de um novo aeroporto numa zona de reserva natural do estuário do Tejo, um dos maiores santuários da Europa por onde passam mais de 2.000 aves.
Também Anne, da ATERRA, organização pela redução do tráfego aéreo e por uma mobilidade que respeite os limites do planeta, chamou a atenção que apesar de Portugal ter assinado um plano de descarbonização está agora a expandir o aeroporto.
“Temos de reagir. O Governo tem de ouvir o povo e cuidar da saúde e do ambiente”, disse.
A iniciativa de hoje "Mais Aviões Não" foi promovida pela campanha ATERRA, em conjunto com a Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não, a ZERO, a União dos Sindicatos de Lisboa e várias outras organizações.
A deputada do partido PAN - Pessoas-Animais-Natureza - Inês Sousa Real associou-se também ao protesto, indicando que está em causa a qualidade da população e que o aeroporto Humberto Delgado é um dos aeroportos que maior pressão causa na qualidade de vida das populações.
Relativamente ao Montijo a deputada disse que é uma opção desastrosa do ponto de vista ambiental e social estando previsto num ecossistema único, numa área protegida.
A ANA - Aeroportos de Portugal e o Estado assinaram em 08 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 e inclui a extensão da atual estrutura, Aeroporto Humberto Delgado (em Lisboa), e a transformação da base aérea do Montijo.
Neste momento está a decorrer até 20 de dezembro o prazo para a ANA - Aeroportos de Portugal analisar as medidas de mitigação propostas na Declaração de Impacte Ambiental (DIA) do futuro aeroporto do Montijo.
No dia 30 de outubro, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu a proposta de DIA relativa ao aeroporto do Montijo e respetivas acessibilidades, tendo a decisão sido “favorável condicionada”, que prevê um pacote de medidas de minimização e compensação ambiental que ascende a cerca de 48 milhões de euros”.
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