"Até aqui os resíduos orgânicos eram pura e simplesmente desaproveitados, deitados fora, sem qualquer criação de valor para a economia. A sua eliminação e tratamento ainda constitui um fardo económico e até ambiental, substancial para os Municípios. Porém, nós temos um caminho feito na recolha seletiva e valorização dos resíduos que tem diminuído substancialmente a pegada ambiental da nossa comunidade", disse António Silva Tiago.
Em declarações à agência Lusa, o autarca, que quarta-feira acompanhará o circuito de recolha, avançou que os resíduos orgânicos passarão a ser recolhidos porta-a-porta e usados para fertilizantes naturais.
A recolha será separada dos restantes resíduos, acrescentou o presidente da Câmara da Maia, distrito do Porto, valorizando "o aproveitamento económico do resíduo como matéria prima para fertilizantes naturais".
"[O objetivo é] diminuir substancialmente a fatura do tratamento dos lixos e o ambiente agradece. A Maia, de forma pioneira, mostra o caminho para uma sustentabilidade integral", concluiu o autarca.
Esta medida será implementada pela empresa pública municipal MAIAMBIENTE, em articulação com a Câmara da Maia e a Lipor - Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto.
Em nota remetida à Lusa, a empresa aponta que estão a ser entregues contentores dedicados: 40 litros para a recolha e de dez litros para uso interior.
São 952 os pontos de recolha, o que correspondem a 1.100 habitações.
Além de acompanhar o circuito de recolha, António da Silva Tiago apresentará os objetivos do projeto e o impacto nas metas do PERSU 2020 do município (Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos) e consequentemente na Agenda 2030.
O projeto-piloto está a ser implementado na freguesia de Águas Santas, em zona composta maioritariamente por habitações uni e bifamiliares.
A MAIAMBIENTE aponta que o propósito é alargar "num futuro próximo" ao resto do concelho.
Dados disponibilizados pela autarquia da Maia indicam que o mês de outubro, a MAIAMBIENTE recolheu mais de 2.000 toneladas de resíduos recicláveis.
Os materiais com potencial de valorização recolhidos dividem-se pelos vários fluxos, indo o destaque para a recolha de embalagens, objetos volumosos, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, roupa, madeira e vidro.
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