A notícia avançada pelo semanário Expresso, ao início da noite, dava conta da demissão da diretora pela ministra pelo “o incumprimento dos objetivos da tutela”. Por volta das 21h00, o Ministério emitiu um comunicado, citado pela agência Lusa, que diz que, afinal foi Luísa Maia Gonçalves que se demitiu.
“A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, convocou hoje, dia 04 de outubro, a diretora nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Luísa Maia Gonçalves, para uma reunião com o propósito de lhe comunicar a sua intenção de a exonerar, tendo Luísa Maia Gonçalves apresentado a sua demissão”, segundo um comunicado hoje divulgado pelo Ministério da Administração Interna.
No comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) não avança quais foram as razões da demissão.
Entretanto fonte do MAI avançou à Lusa que a Luísa Maia Gonçalves esteve reunida ao final da tarde de hoje, no Ministério da Administração Interna, com a ministra Constança Urbano de Sousa durante alguns minutos.
Luísa Maia Gonçalves, inspetora coordenadora superior da carreira de investigação e fiscalização do SEF, tomou posse como diretora nacional daquele do serviço de segurança em janeiro de 2016, substituindo António Beça Pereira, que apresentou a demissão.
Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Luísa Maia Gonçalves foi inspetora coordenadora superior da carreira de investigação e fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, onde ingressou em 1990, tendo sido também responsável pelo Gabinete de Relações Internacionais e de Cooperação do SEF e pela Direção Central de Investigação, Pesquisa Análise e Informação do SEF.
Em agosto o Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF convocou uma greve de dois dias, em protesto contra a falta de inspetores.
A paralisação foi desconvocada depois da ministra da Administração Interna ter anunciado o recrutamento de cem novos inspetores.
Em maio, numa conferência organizado pelo sindicato que representa os inspetores do SEF, Constança Urbano de Sousa considerou a atual estrutura deste serviço de segurança “muito pesada” e a gestão de pessoal “absolutamente inflexível”.
“A sua estrutura orgânica é muito pesada para a sua dimensão. A gestão de pessoal revela-se muitas vezes absolutamente inflexível”, disse, na altura.
Esta é a segunda saída num cargo de topo na dependência do Ministério da Administração Interna, depois de o comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) ter apresentado a demissão a 14 de setembro.
[Notícia atualizada às 21h17 com a informação divulgada pelo Ministério da Administração Interna]
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